Camarão cresce no Nordeste porque tem liderança forte

Cristiano Maia, presidente da Camarão BR, entidade que congrega os maiores carcinicultores do país, lidera o esforço de expansão da carcinicultura cearense e nordestina e de reabertura do mercado europeu

Legenda: A expansão da carcinicultura no Ceará e no Nordeste deve-se ao trabalho de liderança do cearense Cristiano Maia, presidente da Camarão BR
Foto: Divulgação

Todo setor da atividade econômica tem de contar, para obter sucesso, com uma liderança forte. A indústria cearense, por exemplo, tem, na figura do presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, essa liderança firme e agregadora; a agropecuária do Ceará, cujos índices de crescimento alcançaram nos últimos 20 anos uma progressão quase geométrica, também tem hoje seu grande líder, o ovinocaprinocultor quixadaense Amílcar Silveira.

Mas tanto no setor industrial quanto no da agricultura e pecuária, há outros líderes que se destacam nos seus respectivos setores, de que são exemplo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Patriolino Dias; o fundador da Ceará Máquinas Agrícolas (Cemag), Carlos Prado, que é o primeiro vice-presidente da Fiec; o fundador do Grupo Betânia (hoje Alvoar), Luiz Girão; e o líder do Grupo Samaria, Cristiano Maia, chefe de um conglomerado de empresas que atuam em vários setores da economia primária e secundária do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

É Cristiano Maia quem, pessoalmente, na condição de presidente da Camarão BR – que congrega os grandes carcinicultores do país – desenvolve há dois anos um esforço no sentido da retomada da exportação do camarão brasileiro para a Europa. A esse esforço juntaram-se os ministérios da Agricultura e Pecuária e das Relações Exteriores.

Por enquanto, a União Europeia mantém seu veto à importação do camarão produzido no Brasil (leia-se na região nordestina), e as razões são políticas – os agricultores europeus não conseguem produzir a um custo mais barato do que seus colegas brasileiros, razão pela qual pressionam seus governos pela manutenção dessa proibição.

A disposição com que Cristiano Maia se entrega a esse trabalho de prospectar novos mercados para o camarão produzido por ele e pelos seus colegas carcinicultores nordestinos impressiona as autoridades do governo federal, para as quais é ele o legítimo porta-voz da carcinicultura nacional.

Cristisno Maia tornou-se amigo dos ministros da Pesca, André de Paula, e da Agricultura, Carlos Fávaro. O primeiro, a seu convite, veio nesta semana ao Ceará e conheceu as fazendas de criação de camarão de pequenos produtores do Vale do Jaguaribe, detendo-se em Morada Nova, onde a carcinicultura está transformando para melhor a vida de centenas de famílias que trocaram a enxada do roçado pelos viveiros de água salobra nos quais criam camarão, cuja produção, com assistência da Associação Cearense dos Criadores de Camarão (ACCC), é comercializada para redes de restaurantes e bares de Fortaleza e do interior do estado. Alguns deles vendem seu camarão para clientes de São Paulo e Belo Horizonte.

Dono de um forte espírito de coletividade, Cristiano tem unido e reunido o universo da carcinicultura do Nordeste que nele confia como seu interlocutor junto aos governos estaduais do Ceará e do Rio Grande do Norte e, principalmente, junto ao governo federal. Ele viaja constantemente a Brasília para encontros com a cúpula dirigente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e com as autoridades do Ministério da Agricultura e do Itamaraty.

Cristiano Maia já confidenciou a esta coluna que não sossegará enquanto não for reaberto o mercado europeu para o camarão brasileiro. A tarefa é difícil, ele reconhece, mas poderá ser viabilizada a partir da decisão do governo do Reino Unido, que mandará a Fortaleza nas próximas semanas um time de técnicos para visitar e inspecionar as fazendas de camarão no Ceará e no Rio Grande do Norte, responsáveis por 95% do camarão produzido no Brasil.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, disse à coluna que não se surpreende com a força e o prestígio de que goza hoje o presidente da Camarão BR.

“Além de ser um grande e moderno empresário, que tem muito boa relação com seus quase 4 mil colaboradores nos três estados onde atua o seu Grupo Samaria, Cristiano Maia é dono de uma simplicidade que impressiona. Ele é também disciplinado e muito rígido na execução de suas tarefas, e isto são virtudes que o tornam um grande líder dos carcinicultores nordestinos e uma pessoa diferenciada, admirada e muito querida de toda a comunidade da agropecuária cearense”, disse Amílcar Silveira.

Opinião semelhante tem Gentil Linhares, da Bomar, que produz e beneficia peixes, incluindo a tilápía, e camarão em fazendas no Ceará e no Piauí. A Bomar é concorrente da Samaria Camarões, e este detalhe revela o nível das boas relações que existe hoje entre os empresários do setor.

Gentil Linhares Linhares reconhece que tem sido a liderança de Cristiano Maia a grande alavanca para o rápido desenvolvimento e expansão da criação de camarão no Nordeste. 

"Cristiano é um homem dedicado 100% ao trabalho, mas encontra tempo para também cuidar dos interesses dos carcinicultores, principalmente dos pequenos, que agora estão tendo do governo do; Ceará uma atenção especial no que tange ao licenciamento ambiental, cuja burocracia foi reduzida, e aos benefícios do ICMS, e tudo isto foi alcançado pela seu prestígio e, também, pelo apoio que lhe tem dispensado o presidente da Faec, Amílcar Silveira" - disse Gentil Linhares.

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