Ontem, foi mais um dia positivo para a Bolsa de Valores B3. Ela subiu 0,64%, aos 106.889 pontos, tendo, durante o dia chegado aos 108 mil pontos. O dólar, por sua vez, continuou caindo, e agora desceu para menos de R$ 5, fechando o dia cotado a R$ 4,94, o que é boa notícia para os importadores, mas não tão boa para os exportadores.
O mercado está otimista em relação à queda da inflação, que no último mês de março mostrou desaceleração, o que contribui para a melhora da expectativa quanto à possível queda de 0,25% da taxa básica de juros Selic, que se mantém há oito meses nas alturas de 13,75% ao ano.
Mas reduzir os juros é competência exclusiva legal do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que se reunirá nos dias 2 e 3 do próximo mês de maio. O governo e também boa parte do empresariado pressiona o Copom no sentido de reduzir a taxa de juros, para o que os indicadores mostram sinais positivos.
Os setores da economia que precisam de crédito para seu negócio, como o comércio varejista, por exemplo, torcem pela queda dos juros. As grandes redes de lojas, que vendem a prazo, assim como as grandes empresas construtoras, estão tendo suas ações valorizadas nos últimos pregões da Bolsa B3 exatamente porque há a expectativa de um corte de juros na próxima reunião do Copom.
A expectativa otimista que inundou o mercado nesta semana tem algumas causas, e uma delas é o arcabouço fiscal, que está prestes a ser encaminhado ao Congresso Nacional. Pelas linhas gerais já divulgadas, o plano tem recebido elogios até do Banco Central, mas o mercado ainda quer saber como o Parlamento vai tratar o texto da proposta, que tem tudo para ser modificado ao longo das discussões na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, onde os fortes grupos de interesse começam a pressionar os parlamentares.
O dólar caiu ontem, de novo, e agora está cotado abaixo de R$ 5. Isto teve um motivo: a taxa de inflação de março, nos Estados Unidos, vem abaixo do que esperava o mercado.
A inflação norte-americana, em março, foi de 0,1%, enquanto o mercado esperava 0,2%. Esse índice pode levar o Federal Reserve, o Banco Central de lá, a interromper a alta dos juros. Anualizada, a inflação nos Estados Unidos está agora em 5%, um pouco maior do que a brasileira, que está em 4,6%.
Se os juros nos Estados Unidos caem, os investidores passam a procurar mercado onde os seus recursos sejam melhorar remunerados, e os juros reais aqui no Brasil estão bem mais atrativos do que lá. Assim, entram mais dólares no mercado brasileiro, valorizando o Real.
O presidente Lula, que chegou ontem à noite à China, desembarcando na cidade de Xangai, onde já cumpre agenda de compromissos, o primeiro dos quais foi uma visita ao Banco dos Brics, cuja presidente é ex-presidente brasileira Dilma Rousseff.
Em 2021, o PIB combinado dos países que integram o BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – alcançou US$ 24,5 trilhões, representando cerca de 23% do total da economia global.
De acordo com o FMI, os BRICS contribuíram com mais de 50% para o crescimento econômico mundial. Os países do BRICS são a fonte de energia mais importante que lidera o crescimento econômico mundial, segundo está revelando hoje o Global Times, o mais importante jornal da China.
Lula visita hoje empresas de tecnologia chinesas e, ainda, um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da brasileira Suzano, uma das gigantes mundiais do setor de papel e celulose.
Amanhã, o presidente Lula estará em Pequim, a capital da China, onde se encontrará com o presidente Xi Jinping, com o qual celebrará vários acordos nas áreas do comércio, da indústria, da tecnologia e da infraestrutura.
A imprensa chinesa, toda ela controlada pelo estado, está dando ampla cobertura à visita de Lula.