Como vai a infraestrutura rodoviária federal brasileira? No Rio Grande do Norte, aqui ao lado, ela vai bem; na Paraíba, também; em Pernambuco, Alagoas e Sergipe, idem. No Sul e no Sudeste do país, nem se fala – as estradas de lá são boas. E no Ceará? Bem, aqui as rodovias federais, a começar pela mais importante de todas – a BR-116, são exemplo perfeito e acabado de gestão ineficiente.
De Fortaleza a Icó, são 370 quilômetros de estrada completamente esburacados. Uma viagem que se fazia em três horas e meia, faz-se agora em mais de cinco horas, tal a vergonhosa situação em que se encontra a BR-116.
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Tudo isto causa prejuízos à economia estadual cearense e às empresas transportadoras, cujos custos se elevam.
Surge a pergunta: por que no Ceará o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte, mais conhecido pelo apelido de Dnit, é ineficiente?
Há várias respostas, a mais recorrente das quais é a que põe a culpa nos senadores e deputados federais cearenses, que não têm força nem vontade de agregar ao Orçamento Geral da União as emendas necessárias para garantir os recursos de que necessita o Dnit para cumprir com o seu dever de manter as rodovias federais no Ceará em bom estado de conservação.
Experimente viajar pela BR-116 de Fortaleza até Boqueirão do Cesário e, dali, pela BR-304, tome o rumo de Natal, capital do Rio Grande do Norte.
Na geografia cearense das duas estradas federais, a viagem será como o cumprimento de uma dura e penosa penitência. Exatamente a partir da divisa com o estado potiguar, tudo muda da água para o vinho – a BR-304, a mesma rodovia esburacada que começa em Boqueirão do Cesário, transforma-se numa pista perfeita.
E do Rio Grande do Norte até Sergipe, outra rodovia federal, a BR-101, está praticamente duplicada, com um detalhe: boa parte com pavimento rígido, de concreto.
E aí surge nova pergunta: por que nas estradas federais do Ceará – com exceção do trecho da BR-222, entre a BR-040 e o Distrito de Primavera, em Caucaia – não se usa concreto, mas um asfalto de péssima qualidade, que se desmancha como Sonrisal à primeira chuva?
Mas começou a temporada de estio no Ceará. Eis a boa oportunidade que tem o Dnit, e quem o esteja dirigindo hoje no Ceará, de mostrar serviço, providenciando, o mais rapidamente possível, a recuperação das estradas federais cearenses, começando pela BR-116, que está em petição de miséria, como costuma dizer o cearense diante de cenários caóticos, e o dessa rodovia é um deles.
MAIA JÚNIOR REBATE CAPITÃO WAGNER
Para o secretário do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará, a promessa de reduzir o tamanho do Estado, feita segunda-feira pelo pré-candidato Capitão Wagner a empresários da agropecuária cearense, “é só uma repetição do que também dizia Bolsonaro”.
Com o seu jeito franco de emitir opinião e querendo dar resposta ao que disse o pré-candidato ao Palácio da Abolição e, também, aos que o ouviram, Maia Júnior disse a esta coluna:
“85% do tamanho do Estado estão em três corporações – saúde, educação e segurança pública. São uma promessa e um discurso velhos para um setor que não paga imposto”.
HOJE É A SUPER QUARTA-FEIRA NA ECONOMIA MUNDIAL
O dia de ontem, como o de anteontem, também foi ruim para a Bolsa de Valores brasileira, a B3: pelo oitavo dia seguido, ela fechou em queda, recuando 0,55% para 102.063 pontos.
E o dólar voltou a subir, tornando-se mais forte diante do real. A moeda norte-americana deu um salto de 0,41%, fechando cotado a R$ 5,13.
A causa é a mesma da queda de segunda-feira: o temor dos investidores de que o Banco Central dos EUA e o Banco Central do Brasil, elevem hoje, quarta-feira, mais fortemente suas taxas juros, tanto lá quanto cá.
Nos Estados Unidos, o mercado está aguardando uma alta dos juros não de 0,50 pontos percentuais, mas de 0,75 pontos percentuais, o que atrairá o interesse dos investidores pelos títulos da dívida norte-americana, considerados um lugar seguro.
Assim, com esse novo aumento dos juros, com a incerteza em relação ao fim da guerra na Ucrânia, com a incerteza de como e quando a China superará a pandemia de Covid, o que levanta mais dúvidas sobre a plena retomada da produção mundial, diante de tudo isso é fácil prever que haverá um fluxo de dólares para os Estados Unidos, que são, ainda, a maior economia do mundo.
Vale lembrar que a inflação nos EUA é a mais alta dos últimos 40 anos: está em 8,6% ao ano. Só no último mês de maio, ela subiu 1%, o que deixou o mercado apreensivo com o que pode acontecer hoje na reunião do Federal Reserve.
Aqui no Brasil, o quadro é semelhante: a inflação segue alta. Anualizada, ela está hoje em 11,73% ao ano, mas bem menor do que a da Argentina, que está em 58%.
A inflação alta exigirá hoje do Comitê de Política Monetária (Copom) uma posição mais dura, isto é, de nova alta da Selic, que poderá saltar dos atuais 12,75% ao ano para 13,75% ao ano, embora a previsão do mercado é de que haverá uma alta menor, de 0,50 pontos percentuais.
Tanto nos EUA quanto no Brasil, os investidores estarão atentos ao que dirá hoje o presidente do FED, Jerome Power, e ao que anunciará a ata do Copom do BC brasileiro. Todos querem saber o que vai acontecer nos próximos dias e nas próximas semanas.
Para colocar mais pimenta na panela econômica: o Conselho do Banco Central Europeu convocou uma reunião extraordinária para a manhã desta super quarta-feira.
Os governadores do BCE debaterão sobre a economia mundial, diante da disparada dos juros nos mercados mundiais. Esses mercados temem que os EUA entrem em recessão em 2023.