BNB financiará compra de drones para agricultura do Ceará

Informação foi transmitida no "Cresce Ceará" pelo diretor de Negócios do Banco do Nordeste, Luiz Abel, que anunciou, ainda, mais crédito para a fruticultura do melão

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(Atualizado às 05:55)
Legenda: Luiz Abel, primeiro à esquerda, diretor de Negócios do BNB, transmitiu boas notícias para as lideranças do agro cearense
Foto: LC Moreira

Eis aqui uma boa notícia para a agricultura cearense, mais diretamente para o setor de sua fruticultura: o Banco do Nordeste está pronto para financiar a aquisição de drones para uso na pulverização aérea de suas áreas cultivadas.

Esta e outras boas notícias foram transmitidas no Painel do Agro, que abriu o “Cresce Ceará”, evento promovido pelo Sistema Verdes Mares com o apoio do BNB e da Enel Ceará Distribuição no último dia 6, no Gran Marquise, reunindo industriais e agropecuaristas para um debate sobre o passado, o presente e o futuro do agro cearense.

Quem as transmitiu foi Luiz Abel, jovem diretor de Negócios do BNB.

Antes de falar, Luiz Abel ouviu as demandas dos expositores que o antecederam – Luiz Roberto Barcelos (fruticultura), Sérgio Armando Benevides Filho (algodão) e Raimundo Reis (leite).

Para Luiz Barcelos, que é sócio e diretor da Agrícola Famosa, maior produtora e exportadora mundial de melão, com fazendas de produção em Icapuí (CE) e em Mossoró (RN), os financiamentos do BNB para os produtores de melão só atendem a 15% de suas necessidades.

Barcelos disse, ainda, que a fruticultura do melão cresce em ritmo de frevo e crescerá em velocidade ainda maior quando a Itaueira Agropecuária retomar sua produção na geografia do Ceará, o que está previsto para maio do próximo ano.

Rápido no gatilho, Luiz Abel foi direto ao assunto: revelou que o BNB, realmente, enfrentou algumas dificuldades nesse setor, “mas isto já faz algum tempo e nossa presença aqui neste evento é para aprimorar nosso trabalho de fomento do setor agrícola nordestino, com foco na fruticultura”.

E para mostrar que o banco está realinhado com os interesses de quem produz melão e melancia, ele anunciou que uma equipe técnica do BNB empreenderá ação específica no Rio Grande do Norte e no Ceará, onde estão médias e grandes fazendas que produzem essas frutas para os mercados interno e externo.

Quanto ao financiamento para a aquisição de drones, o diretor Luiz Abel foi ainda mais explícito: revelou que o BNB se prepara para apoiar os agricultores nordestinos – os cearenses bem no meio – com uma linha de crédito que está sendo definida.

Os drones são objetos voadores que operam por controle remoto e que podem, com precisão milimétrica, pulverizar as lavouras com defensivos agrícolas. Hoje, essa pulverização é feita por trabalhadores, que carregam nas costas um tanque cheio de agroquímicos, algo que o governador Elmano de Freitas – no seu discurso de abertura do “Cresce Ceará” – considerou “inadmissível em pleno Século XXI”.

A tecnologia do uso dos drones avançou nos últimos anos e, hoje, ela não só ampliou a sua capacidade de carga, como ainda tornou mais precisa a sua operação, reduzindo a praticamente zero a possibilidade de agressão ao meio ambiente.  

Os drones já são intensamente utilizados pelos agricultores dos grandes estados produtores de grãos, frutas e fibras como Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Bahia.

O único – dos 27 estados – que proíbe a pulverização aérea – de qualquer espécie, ou seja, com avião ou drone – é o Ceará. Mas essa proibição deverá ser extinta ainda neste mês de dezembro, se e quando a Assembleia Legislativa aprovar proposta nesse sentido em tramitação naquela casa legislativa.

Com o uso de drones, o custo de produzir na agricultura do Ceará terá uma redução de 30%, segundo estimam fontes desta coluna. Além disso, o que é mais importante, será dispensada a mão de obra humana numa tarefa que – embora inadmissível, como diz o governador Elmano de Freitas – ainda é, lamentavelmente, praticada neste estado, com incrível e lamentável exclusividade nacional.

O “Cresce Ceará” foi um evento que reuniu empresários da indústria e do agro, e o que ele tornou público – além, naturalmente, do olhar crítico de quem trabalha e produz no campo – foram as virtudes e conquistas dessas duas importantes atividades da economia estadual cearense.

A indústria cearense expandiu-se e tem pela frente, agora, o desafio de instalar e operar o Hub do Hidrogênio Verde do Pecém, com investimentos privados superiores as R$ 100 bilhões.

Por sua vez, a agropecuária do Ceará é, hoje, um centro de excelência com tecnologia biogenética aplicada em seus vários ramos, incluindo o da hortifruticultura e o da pecuária bovina, ovina e bubalina.

Resumindo: o agro do Ceará já percorre os caminhos do futuro.

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