Acelerando providências com o objetivo de iniciar a efetiva etapa de implantação do seu projeto de produção de Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém, a gigante multinacional australiana Fortescue já escolheu a área na Zona de Processamento para Exportação (ZPE-Ceará) para localizar seu empreendimento.
Essa área, de 100 hectares, será visitada, na primeira quinzena de janeiro, por altos executivos da Fortescue, segundo revelou a esta coluna uma fonte que acompanha as negociações dos australianos com a direção da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, (CIPP S/A), que administra o Porto e a ZPE.
Há um mês, o comando mundial, latino-americano e brasileiro da Fortescue esteve em Fortaleza, tendo conhecido todo o Complexo do Pecém e mantido reuniões com o governador Camilo Santana e com o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante.
Os australianos – um time de 18 altos executivos – vieram a Fortaleza em dois jatinhos da empresa, que é a maior mineradora daquele país da Oceania, estado agora investindo em projetos de produção do H2V.
No Complexo do Pecém, o empreendimento da Fortescue absorverá investimentos de US$ 6 bilhões (R$ 34,5 bilhões na cotação de terça-feira, 21).
Várias empresas geradoras de energias renováveis – solar e eólica, principalmente – estão procurando a Fortescue com o objetivo de fornecer-lhe o insumo. As conversas prosseguem.
CEARENSE INSTALA ENERGIA SOLAR EM SP E BA
Informa o engenheiro Fernando Ximenes: sua empresa Gram-Eollic projetou e instalou, durante este ano, em vários estados do país, projetos de geração solar fotovoltaica que alcançaram uma potência de 101 MW (megawatts), 60 MW dos quais no Estado da Bahía, contratados por empresários do agronegócio baiano, e 40 MW na paulista Ribeirão Preto.
Os demais projetos foram de microgeração.
Um projeto piloto de um posto de combustível foi, também, concluído em São Paulo e será replicado durante 2022 em 840 postos de bandeira Shell, cuja potência alcançará 34 MW, com investimentos de R$ 130 milhões.
DESTRUINDO A ECONOMIA
Há fortes sinais de que a administração pública federal caminha para o caos neste fim de ano. Na Receita Federal, centenas de auditores exoneraram-se dos cargos de direção que ocupavam. No Banco Central, movimento no mesmo sentido deve ganhar força ao longo do dia de hoje.
Em organismos da mesma importância, como Ipea, Embrapa e Universidades, há movimentação semelhante, e tudo tem uma causa: a decisão do Congresso Nacional de incluir no Orçamento Geral da União (OGU) para 2022 uma dotação específica para garantir aumento de vencimentos dos delegados da Polícia Federal.
Ora, se é para melhorar a remuneração dos servidores federais, que a providência seja estendida para todo o conjunto dos funcionários públicos. Por que a discriminação?
A revolta é maior porque, no mesmo OGU, foi inserida a dotação de R$ 4,9 bilhões para o Fundo Eleitoral (2022 será ano de eleições), dos quais R$ 1 bilhão irão para os cofres do antigo DEM. Mais irresponsabilidade, impossível.
Como investir no setor produtivo, se o setor público – que deveria garantir a segurança pública, a boa educação, a boa saúde, a boa infraestrutura – gasta montanhas de dinheiro para atender o apetite fisiológico dos parlamentares (deputados e senadores), com as pouquíssimas exceções conhecida?
Teremos um fim de ano difícil e um Ano Novo mais difícil ainda.
BRASIL SEM CAPACIDADE DE REFINO
Foi divulgado ontem, quarta-feira, 22, pelo Ministério de Minas e Energia, o novo caderno do Plano Decenal de Expansão de Energia, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Anotem: o, que é exportador de petróleo, manterá essa posição, ampliando-a ao longo dos próximos 10 anos. Fique sabendo que o Brasil exporta dois terços de sua produção de petróleo, sendo, porém, um grande importador de derivados, principalmente de óleo diesel, nafta e querosene de aviação (QAV).
Resumo: ou o Brasil privatiza o refino, permitindo o investimento privado em novas refinarias, ou os preços dos derivados do petróleo continuarão muito altos aqui.
O petróleo extraído da camada pré-sal é de alta qualidade, mas as refinarias brasileiras têm tecnologia ultrapassada e não refinam esse excelente óleo nacional. Assim, continuaremos importando os derivados.