Atenção! Açude Jaburu sob cuidados especiais da engenharia

Inaugurado em 1983, o reservatório, de suma importância para a Ibiapaba, tem fundações sobre rochas areníticas. Todos os demais açudes do Ceará têm alicerces sobre o impermeável cristalino.

Legenda: O açude Jaburu, na Ibiapaba (foto), é o açude mais monitorado do Nordeste. Por vários motivos.
Foto: Diário do Nordeste

Atenção, população e produtores rurais da Serra da Ibiapaba! O açude Jaburu, que abastece boa parte das cidades e distritos localizados ibiapabanos, entrou numa fase que pode ser chamada de cuidados técnicos especiais de engenharia.

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Sua fundação, construída no início dos anos 80 do Século XX, entre os municípios de Ubajara e Tianguá, está fincada em região sedimentar, na qual predominam rochas areníticas, diferentemente dos demais açudes cearenses, todos com alicerces sobre rochas cristalinas, impermeáveis, como explicou a esta coluna o secretário de Recursos Hídricos (SRH) do governo do Estado, engenheiro Francisco Teixeira.

Ele acrescentou que a área onde foi erguida a barragem do Jaburu é susceptível à formação de cavernas, citando como exemplo a gruta de Ubajara, um dos mais famosos e visitados pontos turísticos do Ceará. 

De acordo com o secretário Teixeira, já foram feitas mais de 10 intervenções nas fundações do Jaburu, todas para corrigir falhas ligadas a geologia da Ibiapaba, a primeira das quais no fim da década de 80, no primeiro governo Tasso Jereissati, quando era secretário de Infraestrutura o engenheiro José Liberato. 

Francisco Teixeira recorda-se de intervenções realizadas no Jaburu em 1992 em 2002 e, também, em 2008 e 2009, quando ele era presidente da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). 

“Nos últimos anos, a Cogerh tem desenvolvido, sistematicamente, trabalhos de tratamento da fundação do açude Jaburu. Trata-se de um trabalho muito difícil, principalmente depois da barragem pronta e armazenando bom volume de água. Nos recentes anos de poucas chuvas, quando o volume do açude baixou bastante, foi feito um tratamento mais especial, com o acompanhamento de consultores”, revelou o titular da SRH, acrescentando uma novidade:

“Hoje mesmo, estamos fazendo no Jaburu uma nova campanha (um esforço) de tratamento da fundação do açude. Por uma questão de segurança, a tomada d’água dessa barragem, que tem pequeno diâmetro, permanece aberta para evitar que ele fique excepcionalmente cheio. Nós somos acompanhados, na fiscalização dessa barragem, pela Agência Nacional de Águas (ANA), pois o Jaburu é um equipamento federal”.

O açude Jaburu, segundo o secretário Teixeira, tem capacidade para represar, hoje,140 milhões de m³. Originalmente, essa capacidade foi de 210 milhões de m³, mas, com as sedimentações, ela se reduziu.
 
Neste momento, o Jaburu acumula 75 milhões de m³. A última vez em que o açude verteu foi em 2009.

“O Jaburu merece uma atenção especial, pois vai aproximar-se dos 50 anos de sua inauguração. Posso afirmar que o Jaburu é a barragem mais monitorada do Nordeste brasileiro. Ela exige constante monitoramento por causa do que já expliquei e da geologia da região onde ela foi construída”, finalizou Teixeira.

A propósito: o monitoramento e a manutenção das obras públicas, incluindo, principalmente, as d’arte rodoviárias (pontes e viadutos) e, também, as hídricas (como barragens e canais) deveriam ser, mas não são, infelizmente, rotina dos organismos responsáveis por elas. 

O que aconteceu nesta semana no viaduto da Avenida Oliveira Paiva, sobre a BR-116, no meio de cuja Norte abriu-se uma fenda, interrompendo o tráfego nos dois sentidos, foi uma advertência. Ele foi construído em 1980.

FEBRABAN TROCA SEU PRESIDENTE

Otávio de Lazari Júnior, economista e CEO do Bradesco, assumiu ontem a presidência do Conselho Diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), substituindo Pedro Moreira Salles, copresidente do Conselho de Administração do Itaú Unibanco.

A mudança faz parte do processo natural de alternância no comando da mais alta esfera de decisão da entidade, responsável por sua condução estratégica.


Em cinco anos no cargo, Pedro Moreira Salles foi responsável por mudanças importantes na Febraban, que assumiu posição mais aberta perante a sociedade brasileira, explicitando o papel do sistema financeiro e enfrentando a discussão de temas sensíveis, como juros e spread bancário, além de aprimorar os canais de comunicação.

Ele também comandou mudança importante na estrutura da entidade, que ficou mais leve e ágil, com organograma simplificado e cultura mais colegiada.

REGULAMENTADA A FISCALIZAÇÃO DO ICMS

Foi publicado no Diário Oficial do Estado do Ceará o Decreto 34.605, que consolida e regulamenta a legislação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) relativa à atividade de fiscalização. 

As novas regras, constantes no Livro IV do novo Regulamento do ICMS (RICMS), produzirão efeitos a partir do dia 1° de junho.
Sob o título “Da Fiscalização, das Infrações, das Penalidades, da Consulta e das Disposições Finais”, a atualização do RICMS reúne em um só documento todas as normas vigentes acerca da ação fiscal e do monitoramento.

Para a secretária da Fazenda, Fernanda Pacobahyba, a consolidação é um marco para os contribuintes, que terão mais facilidade para acessar a legislação sobre o imposto. 

“É mais um passo que o Estado dá no sentido da transparência, da criação de regras claras e da valorização da nossa fiscalização. Não tenho dúvida de que é a norma de fiscalização mais moderna do País”, afirma a secretária.

ROTA CEARÁ VANGUARDAS

Termina hoje, na Fiec, a segunda edição do projeto Rota Ceará Vanguardas. O evento apresenta os setores que despontam na vanguarda do desenvolvimento econômico do Estado: energias verdes, agronegócio e saúde. 

Ontem, o vice-presidente da Fiec, Carlos Prado, abriu o segundo dia do evento, que teve como tema o agronegócio.

“Para mim é sempre uma satisfação representar o Presidente da Fic, Ricardo Cavalcante, e desejar a todos os presentes momentos únicos neste evento.  Que seja um período valioso, com troca de informações que possam beneficiar a agropecuária cearense”, disse Carlos Prado.

O Ceará, consolidado como gerador de energia eólica e solar, agora aparece na vanguarda mundial no que diz respeito à atração de investimentos para a energia à base de hidrogênio verde. 

A meta é abastecer a cadeia global de energia sustentável, com investimentos públicos e privados de mais de US$ 50 bilhões.

Já o agronegócio segue quebrando o estigma de setor castigado pela seca e mostra uma produção diversa e de alta qualidade, ressaltando a fruticultura, a triticultura, a carcinicultura e a agroindústria leiteira.

O evento reúne empresários, pesquisadores e representantes de entidades públicas e privadas de fomento ao desenvolvimento regional.