ArcelorMittal suspende operação de três usinas. A de Pecém segue produzindo

Foi paralisado o funcionamento das unidades de Resende, Juiz de Fora e Piracicaba. A culpa é da alta importação de aço beneficiado. A usina siderúrgica cearense, porém, continua produzindo e exportando placas de aço para mais de 30 países.

Legenda: Foto aérea da usina siderúrgica da ArcelorMittal Pecém, que segue produzindo normalmente placas de aço, 50% das quais com alto valor agregado.
Foto: Divulgação

Atenção! Uma fonte ligada à ArcelorMittal Pecém, dona da usina siderúrgica que opera na geografia da Zona de Processamento para Exportações (ZPE) do Ceará, informou nesta segunda-feira que prosseguem normalmente, sem qualquer interrupção, as operações de sua unidade industrial que produz placas de aço, preferencialmente para o mercado externo.

Hoje, está circulando a notícia – publicada pelo site Poder 360 – segundo a qual a ArcelorMittal decidiu paralisar parte de suas fábricas no Brasil, concedendo férias coletivas aos seus funcionários. 

A mesma informação acrescenta que foram paralisadas as unidades de Resende, no Rio de Janeiro; Juiz de Fora, em Minas Gerais; e Piracicaba, em São Paulo.

A ArcelorMittal explica que o consumo de aço no Brasil tem sido reduzido nos últimos meses por conta da retração de várias atividades econômicas, incluindo a construção civil e a indústria automobilística.

Além disso, o governo reduziu o imposto incidente sobre as importações do aço beneficiado, principalmente aços planos, o que agravou a situação da siderurgia brasileira.

Esta coluna, com base na mesma fonte da informação, pode acrescentar o seguinte:

1) Não há qualquer previsão de redução da produção de placas de aço na ArcelorMittal Pecém;

2) Pelo contrário: a empresa reduzirá a produção de aço em sua unidade de Tubarão, no Espírito Santo, cuja qualidade é inferior à do aço produzido em Pecém;

3) 50% do que a usina siderúrgica do Pecém produz são aços de alto valor agregado;

4) A ArcelorMittal mantém seu plano de instalar em sua unidade de Pecém uma laminadora, com o que barraria o avanço das bobinas fabricadas pela indústria siderúrgica da China, que estão chegando no Brasil a um preço abaixo do custo de produção da siderúrgica brasileira. Isto é dumping.

Há uma pressão não só da ArcelorMittal, mas também das outras grandes empresas siderúrgicas brasileiras no sentido de que o governo aumente a alíquota do Imposto de Importação do aço, com o que a concorrência dos similares da China e de outros países  se reduzirá.

A mesma fonte disse que a ArcelorMittal Pecém tem, nos últimos meses, aumentado o seu quadro de pessoal na área de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), não havendo, pelo menos por agora, qualquer informação sobre demissão de pessoal na sua unidade do Pecém.

A Arcelor Mittal Pecém também já anunciou que investirá na produção de aço verde, para o que tornou pública, na última Fiec Summit Hidrogênio Verde, a sua intenção de consumir todo o Hidrogênio Verde que for produzido pelas primeiras empresas que se instalarem no Hub do H2V no Pecém..

A produção de placas de aço da ArcelorMittal no Pecém é voltada para o mercado externo, graças a muitos contratados celebrados com importadores de mais de 30 países para os quais é levada a produção do aço produzido no Pecém.

A ArcelorMittal produz em Pecém 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano.

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