Ano Novo de 2024 começa com a economia em ordem

Inflação caiu de 5,79% em 2022 para 4,72% em 2023. O dólar recuou de R$ 5,27, em dezembro de 2022, para R$ 4,82 em dezembro de 2023.

Legenda: A inflação caiu em 2023, fechando o ano em 4,72%, bem menos do que os 5,79% de 2022
Foto: Fabiane de Paula / Diário do Nordeste

Só para efeito de comparação, esta coluna lembra: 

No dia 29 de dezembro de 2022, a Bolsa de Valores brasileira B3 fechou seu último pregão aos 109.734 pontos. Um ano depois, na última sexta-feira, dia 29 de dezembro de 2023, a B3 fechou aos 134.135 pontos. No mesmo 29 de dezembro de 2022, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,27. Pois bem, na sexta-feira passada, 29 de dezembro, a cotação da moeda norte-americana fechou o dia valendo R$ 4,85. 

E a inflação? No dia 31 de dezembro de 2022, ela bateu na casa de 5,79%. No dia 29 de dezembro de 2023, um ano depois, a inflação desceu para 4,72%, conforme o IPCA-15, que é a prévia desse índice do IBGE, e este é o bom resultado da política monetária do Banco Central, sob a presidência de Roberto Campos Neto, que terminou o ano confraternizando com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em churrasco no Palácio do Planalto.
 
Mas, separando os dois, ainda há uma divergência: Campos Neto olha com certa desconfiança para a política fiscal do governo, e com razão, pois o presidente já disse que quer gastar mais, e essa gastança repercute no tamanho da dívida pública, que chegou, no mesmo dia 29 passado, ao patamar de R$ 6,3 trilhões, e, também, nos juros.

Ainda para efeito de comparação, outra informação: o Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todas as riquezas produzidas pelo país – cresceu 2,9% em 2022, chegando à montanha de R$ 9 trilhões, segundo o IBGE. No recém-encerrado 2023, o PIB cresceu os mesmos 2,9%, segundo estimou o último Boletim Focus do Banco Central, publicado no dia 26 de dezembro.

O grande problema que este novíssimo ano de 2024 reserva para a economia brasileira é o elevado déficit das contas do governo da União, que em 2023 deve ter alcançado um rombo superior a R$ 100 bilhões. 

É esse déficit que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e sua equipe querem zerar neste exercício de 2024. Para isso, a equipe econômica, com a ajuda da Receita Federal, está disposta a cobrar todos os impostos disponíveis, inclusive os que se escondem por trás de isenções e incentivos fiscais. 

Mas, remando em sentido contrário, o próprio governo dá o mau exemplo: no apagar das luzes de 2023, ele criou o Mover, mais um novo programa de apoio à indústria automobilística, para a qual decidiu conceder, até 2028, um incentivo fiscal de R$ 4 bilhões ao ano. 

O setor industrial automotivo tem sido o mais beneficiado pelo governo, qualquer que seja ele. Serão agora mais R$ 20 bilhões de impostos dos quais está abrindo mão o Tesouro Nacional para beneficiar um setor que emprega metalúrgicos, base de apoio popular do Partido dos Trabalhadores.

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