Algodão: Cearense investe R$ 265 milhões em fábrica no Mato Grosso
Nova unidade industrial da Icofort, do empresário Décio Barreto Júnior, instalada em Nova Mutum (MT), será a maior do Brasil na produção de óleo de algodão. .
Cearense de Icó, o agroindustrial Décio Barreto Júnior construiu na cidade de Nova Mutum, no Mato Grosso (MT), a maior e mais moderna fábrica de óleo de algodão do país, com investimento de R$ 265 milhões. Sua empresa, a Icofort Industrial S/A, com unidades em Juazeiro e Luiz Eduardo Magalhães, ambas na Bahia, recebeu todo o apoio do governo e da Federação das Indústrias mato-grossenses, que consideraram o empreendimento “uma grande conquista” para o setor industrial do estado. Décio Júnior participa do 14º Congresso Brasileiro do Algodão, que se realiza de hoje até quinta-feira, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.
A nova fábrica da Icofort será inaugurada no próximo mês de novembro e marcará um novo recorde no plano de expansão da empresa: instalada em área total de 259.084 m² com uma área construída de 45.136m², a unidade industrial terá capacidade anual de produção de 216 mil toneladas de caroço de algodão e 108 mil toneladas de refino de óleo bruto de algodão.
Essa nova expansão consolidará a empresa como a maior do setor no país, com uma capacidade anual total de 375 mil toneladas de esmagamento de caroço de algodão e 170 mil toneladas de refino de óleo bruto de algodão. A nova planta empregará 150 funcionários, reforçando sua presença no Centro-Oeste do país.
No site da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT), informa-se que, “com a próxima inauguração de sua nova planta industrial em Mato Grosso, a Icofort, que atualmente tem produção no Nordeste, solidificará sua posição de liderança no mercado nacional”.
Mato Grosso, o maior produtor de algodão do país, agora, com a ajuda de um empresário cearense, “fortalece ainda mais sua cadeia produtiva com a instalação dessa gigante da indústria!”, como acentua o site da FIEMT. A nova planta, além de processar o caroço de algodão produzido localmente, também adquirirá óleo bruto de fornecedores do Mato Grosso, garantindo o atendimento da crescente demanda nacional por óleo vegetal refinado.
A FIEMT apoiou junto ao Conselho de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Condeprodemat) a aprovação do diferimento do ICMS em favor da Icofort. Trata-se de um incentivo fiscal que estimula o desenvolvimento da indústria estadual e cria novas oportunidades para produtores e fornecedores que investem no Mato Grosso.
Para o presidente da Fiemt, Silvio Rangel, essa iniciativa consolida o Mato Grosso como um polo estratégico para a agroindústria e promove o crescimento econômico sustentável na região.
“A Fiemt reafirma seu compromisso com o desenvolvimento industrial de Mato Grosso, contribuindo para a geração de empregos e o fortalecimento da economia local. A nova fábrica da Icofort em Nova Mutum é um marco importante nesse processo, destacando nosso estado na produção industrial”, afirma Rangel.
Sílvio Carlos Ribeiro, secretário Executivo do Agronegócio da SDE – Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará – disse à coluna que, apesar de o investimento de Décio Júnior ter sido em Mato Grosso, “onde está a matéria prima e a logística de transporte para o escoamento da produção, ele nos orgulha muito por ser um empreendimento de um cearense”.
A mesma opinião tem o titular da SDE, Salmito Filho, para quem a Icofort é um bom exemplo do que é capaz o cearense, tanto na sua terra natal quanto em outras paragens.
Por sua vez, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira, falou do espírito empreendedor de Décio Júnior, considerando-o “um destemido e corajoso agroindustrial que nos honra a todos que trabalhamos no agro”. Para o presidente da Faec, a Icofort é “uma amostra perfeita, pronta e acabada da inteligência e da capacidade do empresário cearense, que enfrenta e supera todas as dificuldades”. Amílcar Silveira acrescentou que Décio Bareto Júnior é hoje uma referência no mundo do agro brasileiro pelo que vem fazendo, agregando valor ao caroço de algodão, transformando-o em óleo para consumo humano e ração para o consumo animal.
A Icofort é uma grande empresa do agronegócio brasileiro, com ampla atuação na cadeia do algodão, originando, processando, comercializando e distribuindo seus produtos – óleos vegetais, margarinas, gorduras, ração animal e biodiesel – para diversos segmentos de mercado.
Fundada em 1964, inicialmente atuando no setor de rações animais, a empresa expandiu suas operações para a extração e o refino de óleo de algodão. Em 2018, a Icofort deu um passo significativo na estratégia de sua expansão ao iniciar atividades no segmento de margarinas e gorduras. Com unidades produtivas estrategicamente localizadas nas cidades baianas de Luís Eduardo Magalhães e Juazeiro, a empresa de Décio Jùnior destaca-se pela nossa capacidade de inovar e de adaptar-se às demandas do mercado.
Falando à coluna, Décio Júnior disse:
"Nós estamos na vanguarda do agronegócio, portanto, vejo um futuro brilhante para a nossa empresa e para as pessoas que fazem parte do nosso time”, com disse à coluna Décio Júnior, sócio majoritário e CEO da Icofort.
Além da nossa atuação econômica, demonstramos um forte compromisso com a responsabilidade social. Apoiamos a Fundação Menino Jesus, em Icó (CE), e o Lar Feliz, em Juazeiro (BA), destinando-lhes mais de R$ 600 mil nos últimos dois anos. Recentemente, doamos um Centro de Capacitação ao Lar Feliz, visando transformar a vida de jovens em situação de vulnerabilidade social no Vale do São Francisco.
CONGRESSO BRASILEIRO DO ALGODÃO COMEÇA HOJE
Abre-se hoje, às 8H30, no Centro de Eventos do Ceará, o 14º Congresso Brasileiro do Algodão, maior reunião do universo da cadeia produtiva algodoeira do país. O congresso reúne os maiores produtores e os maiores exportadores brasileiros de algodão e os maiores importadores do mundo, que vieram de 29 países das Américas, da Europa, da Ásia e da Oceania.
Coincidindo com o Congresso Brasileiro do Algodão, o Governo do Ceará, em parceria com as federações da Agricultura (Faec) e das Indústrias (Fiec), promoverão amanhã, às 7 horas, na sede da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, que se localiza no Pavilhão Leste do Centro de Eventos, um café da manhã com 100 grandes produtores brasileiros de algodão aos quais apresentarão o “Projeto Algodão do Ceará”.
O objetivo do projeto é devolver o Ceará ao protagonismo da cotonicultura brasileira que ele teve nos anos 50, 60 e 70 do século passado, quando foi o segundo maior pdodutor de algodão do país. Naquela época, o algodão era chamado de “ouro branco”.
Ontem, numa reunião de empresários do agro cearense, um deles comentou sobre o “Projeto Algodão do Ceará”, dizendo o seguinte: “Se ao menos um dos 100 grandes produtores brasileiros de algodão decidir investir na produção algodoeira no Ceará, esse projeto terá êxito”.
Hoje, o Ceará produz algodão com alta tecnologia em uma área piloto de pouco mais de 2 mil hectares, na chapada do Apodi, no Leste do Estado, obtendo uma produtividade semelhante à do Mato Grosso e à da Bahia. Essa área será ampliada no próximo ano. A Embrapa presta assistência técnica e científica ao empreendimento que é tocado pela Fazenda Nova Agro, uma empresa do agroindustrial Raimundo Delfino Neto.
O Governo do Ceará, a Faec e a Fiec querem, com o apoio da Embrapa e com investimentos em tecnologia, estender a produção algodão para a região do Cariri, no Sul do estado, em cujo sub solo há um oceano de água doce, e também para o Sertão Central, onde a produção será feita em sequeiro (com água da chuva).
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