Agronegócio já participa com 19% do PIB do Ceará, diz a Faec

O Centro de Inteligência e Inovação do Agronegócio do Ceará, recém instalado pela Federação da Agricultura e Pecuária, agregou aos seus cálculos o que produz a agroindústria.

Legenda: De acordo com a Faec, a agropecuária cearense já participa com 19% do PIB estadual
Foto: Diário do Nordeste

Polêmica à vista! Recentemente criado e já em operação, o novíssimo Centro de Inteligência e Inovação do Agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) acaba de emitir sua primeira informação, que é a seguinte: 

O agronegócio cearense responde por 19% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. 

Verdade? – é a clara e óbvia pergunta que surge. 

“Sim, é verdade”, responde de bate-pronto o presidente da Faec, Amílcar Silveira com esta explicação: 

“Agregamos ao PIB do agro do Ceará o que produz a agroindústria. Por exemplo, os grandes e pequenos lacticínios processam o leite, matéria-prima que a pecuária produz. E do leite vêm o queijo, o requeijão, o iogurte e uma variada lista de produtos que fazem bem à saúde da população”.

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Parece ser o início de uma polêmica que envolve a indústria e, também, os institutos de pesquisa econômica, incluindo, destacadamente, lBGE. 

O presidente da Faec segue adiante com seus argumentos para justificar o tamanho da participação do agronegócio na economia do Ceará:

“De onde vêm o pão, a bolacha, o macarrão e o biscoito? Vêm do trigo, que é produzido pela agricultura. E de onde vem a carne bovina, suína e ovina consumida pelo mercado interno brasileiro e exportada para mais de 100 países do mundo, incluindo a China? Vem da pecuária, uma atividade da economia primária, ou seja, do nosso setor. É assim no Brasil, é assim também no Ceará”. 

Entusiasmado com o desenvolvimento do Centro de Inteligência e Inovação do Agronegócio do Ceará, Amílcar Silveira já adianta que “esses 19% que hoje mostram a participação do agronegócio no PIB cearense vão subir, porque está entrando a crescente produção do algodão na Chapada do Apodi, matéria-prima das fábricas de fiação, tecelagem e confecções”.

Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o agronegócio participa com apenas 6,2% do PIB do Ceará, enquanto a participação da indústria é de 23,6%. O presidente da Faec reage:

“Não entendo esses números. Acho que é preciso mudar o método da pesquisa, pois ele despreza a matéria prima em benefício do valor agregado pela indústria. Sem a produção dos diferentes setores do agro, não haveria o processo industrial, porque não existiria o produto a ser manufaturado”, analisa Amílcar Silveira.

Para esta coluna, está aberto um debate que pode desembocar nas oficinas de trabalho dos pesquisadores do IBGE, cujo comando técnico tem como reorientar as pesquisas do órgão, conferindo mais peso à produção agrícola e pecuária, algo que hoje parece existir apenas como um mero dado estatístico.

“E não é só isso! É só examinar, por exemplo, a cadeia produtiva da soja, que ganha mais peso quando o grão chega à indústria – que o transforma em óleo – do que quando sai do campo, onde é  cultivado com o uso da melhor tecnologia e colhido por processos tecnologicamente mecanizados, o que nos leva, de novo, a entender que estão equivocadas essas pesquisas”, acentua o presidente da Faec.

Ao instalar o seu Centro de Inteligência e Inovação da Agropecuária do Ceará, a Faec objetivou oferecer aos agricultores e pecuaristas “todas as informações disponíveis para a orientação do seu investimento e do seu trabalho”, como explica Amílcar Silveira. 

Com efeito, essa plataforma, totalmente digitalizada e coordenada por um agrônomo com larga experiência nas linguagens da Tecnologia da Informação e Comunicação, começa a atrair a atenção dos sindicatos rurais e de todo o universo dos que produzem no campo no Ceará.  

Assim como o Observatório da Indústria, instalado pela Fiec no seu edifício-sede, transformou-se num poderoso instrumento para orientar o empresário dos diferentes ramos industriais a melhor localizar e dimensionar seu investimento, o Centro de Inteligência e Inovação da Agropecuária do Ceará mostra-se, igualmente, aberto ao atendimento do produtor rural – seja ele grande, médio ou pequeno, seja ele agricultor, pecuarista, fruticultor, carcinicultor, floricultor, apicultor, aquicultor, horticultor ou cotonicultor, pondo à sua disposição as mais atualizadas informações. 

O melhor do que acima foi dito não é o debate que  pode provocar a questão das pesquisas do IBGE sobre a participação do agronegócio no PIB do Ceará. O melhor é ver que a liderança do setor moderniza, estreita e torna cotidianas as suas relações com o produtor, oferecendo-lhe a modernidade das novas tecnologias.