Agro do Brasil é forte: conheça alguns dos seus números

Atentem: 60% da soja consumida pelo mundo são produzidos e exportados pelo agro brasileiro; O Brasil responde por 36% das exportações mundiais de carne de frango; em seguida vêm os EUA, com 24%;

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 05:47)
Legenda: Em carne de frango, as exportações brasileiras bateram na casa dos US$ 9 bilhões.
Foto: Honório Barbosa / Diário do Nordeste

Impressionam os atuais números da agropecuária brasileira, que foram exibidos quinta-feira, 21, em Brasília, à diretoria executiva e às várias comissões setoriais da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pelo professor sênior de Agronegócio Global do Insper, Marcos Jank, que é engenheiro agrônomo pela Esalq-USP, mestre em Política Agrícola pela Universidade de Montpellier (França) e doutor em Administração pela FEA-USP. 

Ele revelou a um atento auditório – no qual estava Tom Prado, sócio e CEO da cearense Itaueira Agropecuária – que o Brasil é hoje um player mundial do agro porque:

Dispõe de recursos naturais (terra, água e clima); 

Investiu bastante em tecnologia para a fertilização do solo, razão pela qual colhe duas safras por ano, na melhoria genética, no plantio direto e na integração lavoura-pecuária, tudo isso graças à Embrapa; 

Tem gente competente e motivada que sabe tomar decisões, como a que levou os agricultores do Sul a migrarem para o Centro-Oeste e, agora, para o Norte e o Nordeste.

O agro brasileiro atende hoje à demanda dos países emergentes do Oriente Médio, de toda a China e do sudeste asiático e já começa a atender à demanda da Índia, maior país do mundo em população, e da África.

A produção brasileira de grãos alcançou, na safra 2022/2023, a montanha de 400 milhões de toneladas, com uma produtividade espetacular de 4.500 quilos por hectare. 

Atentem para a evolução do agro: no ano 2000, as exportações da agropecuária brasileira somaram US$ 21 bilhões; em 2010, elas saltaram para US$ 77 bilhões; em 2020, para US$ 100,8 bilhões; em 2023, três meses atrás, explodiram para US$ 167,3 bilhões. 

São essas exportações do agro que garantem o superávit da balança comercial brasileira, que no ano passado chegou à casa dos US$ 94,4 bilhões.

A China, com Hong Kong, é destino 20% das exportações da agropecuária brasileira. Esse destino mantém o viés de alta.

Há mais: 60% da soja consumida pelo mundo são produzidos e exportados pelo agro brasileiro; 27% pelo agro dos EUA; 3,6% pelo do Paraguai; 2,7% pelo da Argentina; 2,6% pelo do Canadá e 4,8% pelo de outros países, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, cujos dados foram citados pelo professor Marcos Jank na sua palestra na CNA.

Na carne bovina, o Brasil também é líder global, tendo 23% de participação no mercado mundial. A Austrália é o segundo, com 13% de participação (share); a China é o terceiro, com 13%, os Estados Unidos; a Índia em quarto, com 12%; a Argentina em quinto com 7%; a Nova Zelândia em sexto, com 6% e a União Europeia, em sétimo, com 5%. 

O maior produtor de carne bovina são os EUA, com cerca de 13 milhões de toneladas/ano; o Brasil é o segundo com pouco mais de 11 milhões de toneladas/ano; depois, a China, com 7 milhões de toneladas/ano de carne.

No ano passado de 2023, o Brasil exportou em carne bovina para o mundo o equivalente a US$ 13 bilhões, dos quais R$ 8,1 bilhões somente para a China, com Hong Kong. 

Em carne de frango, as exportações brasileiras bateram na casa dos US$ 9 bilhões. Em carne suína, algo perto de US$ 2,5 bilhões.

O Brasil responde por 36% das exportações mundiais de carne de frango; em seguida vêm os EUA, com 24%; depois, a União Europeia, cm 13%.

Para Marcos Jank, há seis desafios internacionais que o agro brasileiro tem de encarar e vencer: 

Competitividade (manter a produtividade, reduzir custo e melhorar a infraestrutura); 

Sustentabilidade (eliminação do desmatamento ilegal); 

Acesso a mercados; 

Valor adicionado (promoção comercial); 

Melhoria de Imagem (melhor comunicação institucional); 

Internacionalização (via empresas e associações e cadeias de valor). 

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