Está mais uma vez provado que o melhor do Ceará é o cearense. Atentem para esta informação: no Perímetro Irrigado de Tabuleiros de Russas, 150 quilômetros ao Sul de Fortaleza, o agricultor Márcio Thé está produzindo capim da mais alta qualidade e embalando-o, mecanicamente, com a mesma tecnologia utilizada nas fazendas europeias e norte-americanas.
Resultado, essa grama pré secada tem extraordinário valor nutritivo para o rebanho bovino, como atestam laudos do 3rLAB Laboratório de Análises Agropecuárias Ltda, um centro de inteligência para diagnósticos de alta precisão, com unidades em Chapecó (SC), Lavras (MG) e Goiânia (GO).
Com os laudos do 3rLAB na mão, Márcio Thé informa – com o entusiasmo de quem descobriu uma novidade venosa no dinâmico organismo da agropecuária cearense – que o capim Zuri cultivado em sua área no Tabuleiros de Russas tem excelente índice de umidade, proteínas, carboidratos, gorduras, minerais, perfis de fermentação e digestibilidade. Tudo de que gostam a vaca leiteira e o boi de corte.
Estas informações já estão inseridas no Centro de Inteligência do Agro do Ceará – espécie de Observatório da Indústria que a Faec – Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará – criou e opera em sua sede na Avenida Eduardo Girão, no Jardim América, em Fortaleza.
A produção do capim Zuri produzido por Márcio Thé é o mesmo que Rafael Carneiro, da Granja Cialne, e Luiz Girão, da Fazenda Flor da Serra, plantam no mesmo Perímetro Irrigado de Tabuleiros de Russas. Detalhe vantajoso: são as modernas máquinas de Thé que colhem a produção dos três, do que resulta fardos homogêneos na embalagem e no peso. É a tecnologia de ponta tomando conta da agropecuária empresarial no Ceará.
“Esta é uma grande e boa novidade que chega ao mercado do agro cearense. Esse capim tem a vantagem de conter 61% de matéria seca, mas com 30% de umidade, diferente da silagem, que contém muita água. Assim, o produtor pode comprar o capim pré secado, jogá-lo a campo e deixa-lo lá até por dois anos”, afirma Márcio Thé.
Na mesma linha, vem o aplauso do agropecuarista Luiz Girão, na opinião de quem “esta é uma grande notícia para nós, criadores, pois, além da qualidade do produto, deve ser ressaltada a sua embalagem, que nos é entregue, também, em boa quantidade”.
Esta novidade está chegando no mesmo instante em que a Faec dá partida ao Projeto Forrageiros do Ceará, idealizado e prestes a ser implementado pela Faec, o Sebrae e o governo do Estado, por meio de sua Secretaria do Desenvolvimento Econômico, cujo objetivo será plantar um hectare de volumoso (sorgo, soja, milho, palma forrageira) em duas mil pequenas propriedades.
“Entregaremos ao pequeno produtor uma área de um hectare em sua propriedade, na qual ele terá seu banco de volumoso, e ele mesmo escolherá qual a forrageira a ser cultivada. O projeto disporá de um aplicativo por meio do qual o produtor acompanhará o desenvolvimento da planta que ele tiver escolhido. O projeto também prevê a análise do solo e da água da propriedade. Começaremos provavelmente no próximo mês de agosto, quando esperamos que tudo já esteja pronto, inclusive os recursos financeiros necessários. E iniciaremos pelas águas irrigadas. Entendemos que, mais cedo ou mais tarde, virá uma grande estiagem e, como o problema aqui no Ceará é de volumoso para a alimentação do gado, e queremos ajudar as pequenas e médias propriedades a que disponham de seu próprio banco de semente, multiplicando-o para que ele possa enfrentar o período da seca”, como explicou à coluna Amílcar Silveira, presidente da Faec, que acrescenta como advertência:
“Nós não vamos dar semente. Vamos implantar um hectare de semente, e o produtor escolherá, no cardápio de forrageiras que apresentaremos, a que ele considerar melhor para cultivar. Esse projeto será semelhante ao que a CNA (Confederação Nacional da Agricultura) desenvolveu com êxito chamado ‘Forrageiras do Semiárdo’. Vamos replicá-lo aqui no Ceará, para o que teremos a parceria importante da Embrapa. E já estamos contratando os consultores que orientarão a implantação desse projeto”.
Veja também