Agrícola Famosa troca Pecém por Mucuripe para exportar melão
Semanalmente, a partir do próximo dia 30, a maior produtora e exportadora mundial de melão começará a exportar para a Europa a safra 2022/2023. Empresa terá navios exclusivos para o transporte de suas frutas. E mais: Faec e Sebrae querem tecnologia no campo
Começará no próximo dia 30 a exportação da safra cearense de melão produzida pela Agrícola Famosa, maior produtora e exportadora mundial da fruta.
O primeiro embarque – que marcará o evento – acontecerá no porto de Fortaleza, o Mucuripe, por onde, aliás, semanalmente, toda a safra será embarcada e transportada para a Europa.
Veja também
A viagem inaugural será feita pelo navio “Honduras”, que levará 200 contêineres de 20 pés carregados de melão. Há dois meses, a Agrícola Famosa celebrou contrato com a companhia de navegação GreenSea, que destacará navios exclusivos para atender o cliente cearense.
Os embarques de melão e melancia da Agrícola Famosa eram feitos pelo porto do Pecém, mas a empresa decidiu agora fazê-los pelo Mucuripe porque a Companhia Docas do Ceará, que administra o porto de Fortaleza,
Por que essa troca? - indagou a coluna,
"A Companhia Docas do Ceará nos deu um tratamento e uma atenção especiais”, respondeu Luiz Roberto Barcelos, sócio e diretor de Relações Institucionais da Agrícola Famosa.
FAEC QUER INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO AGRO CEARENSE
Empenhada em inserir os pequenos e médios agricultores e pecuaristas cearenses no mundo da inovação e da tecnologia, a Federação da Agricultura do Ceará (Faec), em parceria com o Sebrae, promoverá cursos de atualização tecnológica voltados para o produtor rural. A iniciativa começará a ser executada a partir do próximo mês de novembro e atenderá o público indicado pelos sindicatos filiados à Faec, em cujo edifício sede, no barro do Jardim América, em Fortaleza, os cursos serão ministrados por especialistas do Sebraetech, braço tecnológico do Sebrae-Ceará.
Ainda em novembro a Faec – segundo informa seu presidente, Amílcar Silveira – promoverá um evento, de nível internacional, voltado exclusivamente para a questão das mudanças climáticas.
A direção da Faec trabalha na elaboração da programação técnica do evento, que terá palestrante estrangeiro, especialista no tema, que envolve, também, o aquecimento global e o que se passa neste momento nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia, onde há registros simultâneos de seca, de morte de rios, de inundações, de onda de calor e de incêndios florestais espontâneos.
Na França, o leito dos rios baixou tanto de nível que já prejudica o resfriamento das usinas de energia nuclear, várias das quais já foram desligadas, afetando o sistema elétrico do país.
A intenção da Faec é conscientizar os produtores rurais cearenses, chamando sua atenção para a necessidade de ações de defesa do meio ambiente e de preservação da natureza, e este será também o objetivo do evento que será promovido em conjunto com o Sebrae-Ceará.
A propósito da Faec: o presidente da entidade, José Amílcar Silveira, anunciou ontem para um grupo de empresários da indústria e da agricultura que, na segunda quinzena de setembro, será realizada a primeira Cavalgada do Agro do Ceará, que, segundo ele, contará com a participação de 500 cavaleiros e amazonas e suas respectivas montarias.
“A equinocultura cearense está crescendo em alta velocidade e precisa de ser conhecida pela sociedade, sendo este o objetivo dessa cavalgada, que terá animais de diferentes raças, desde o Quarto de Milha ao Manga Larga Marchador”, informou Silveira.
Donos de grandes haras cearenses, como o médico Cláudio Rocha, já anunciaram sua adesão à cavalgada, considerando-a uma boa ideia para a divulgação da equinocultura.
COMPLICA-SE A CENA ECONÔMICA
E ontem foi um dia ruim para as bolsas de valores no mundo todo.
A do Brasil, a B3, fechou em baixa de 0,89%, aos 110.500 pontos. As bolsas dos Estados Unidos desabaram, e desabaram muito: a Nasdaq, que negocia as ações das empresas de tecnologia, caiu 2,55%. As bolsas asiáticas já haviam fechado também em baixa. Por que? Porque os investidores manifestaram aversão ao risco.
A causa são as notícias procedentes da Europa, cuja economia dá sinais de enfraquecimento por causa da inflação e dos problemas causados pela crise energética e pela falta de chuvas que já fizeram secar os principais rios do continente.
Na França, por exemplo, o baixo nível das águas dos seus principais rios já causou a paralisação de algumas usinas nucleares, responsáveis por mais da metade da geração de energia do país.
Com a guerra na Ucrânia, a União Europeia suspendeu a compra de petróleo da Rússia, que, por sua vez, reduziu a 20% o fornecimento de gás aos países europeus. Resultado: o inverno na Europa, que começará em dezembro, deverá ser um inferno, porque não haverá gás suficiente para o aquecimento das residências e dos locais de trabalho da população.
Como consequência disso, aconteceu o que nunca havia acontecido: o dólar passou a valer mais do que o euro, a moeda do Mercado Comum Europeu. Ontem, o euro fechou valendo US$ 0,99, expondo claramente o medo dos mercados diante da possibilidade de uma recessão na Europa.
Para complicar as coisas, no Reino Unido – Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales -- há uma greve dos trabalhadores dos portos e do sistema de transporte público, incluindo os trens. E na França o presidente Emmanuel Macron pressiona a rede de supermercados Carrefour a congelar os preços dos 100 produtos mais consumidos pelos franceses.
Mas a China também colabora para essas dificuldades. Há uma onda de calor em todo o território chinês, reduzindo o nível das águas dos rios, o que também reduz a geração de energia, fazendo cair a produção industrial, principalmente nas siderúrgicas.
A produção agrícola, por falta de chuva e de água para a irrigação das lavouras, também desabou na China, contribuindo para agravar o cenário da economia mundial.
Isso tem resultado negativo no Brasil, porque as exportações de minério de ferro da Vale para a China também caem. Por isto, ontem, fecharam em queda as ações da Vale e também as da CNS e da Gerdau.
O petróleo está sendo negociado em leve alta nesta terça-feira, no mercado internacional. Na Bola de Londres, o barril do petróleo do tipo Brent, importado pela Petrobras, para entrega em outubro, é vendido a US$ 96,81.
Hoje, as bolsas da Ásia fecharam entre a linha da água, ou seja, na estabilidade, como aconteceu na de Shangai, ou em queda, como aconteceu na de Tóquio, que caiu 1.,20%, e na da Hong Caiu, que recuou 1,19%.
Aqui no Brasil, os economistas estão otimistas, entendendo que o Banco Central agiu corretamente, subindo os juros na hora certa, enquanto o governo e o congresso reduziram impostos, fazendo cair a inflação, que deverá fechar este ano abaixo dos 7%.
E a TAP, empresa área de Portugal, que tem voos diários ligando Fortaleza a Lisboa, fechou o primeiro semestre deste ano com um prejuízo de 202 milhões de euros. A situação da TAP preocupa e a possibilidade de ela, mais uma vez, ser privatizada começa a ser admitida.