Havia uma desconfiança de que a Associação Brasileira das Empresas de Energia Eólica (Abeeólica) estaria mobilizando um lobby para retardar a publicação do decreto presidencial que regulamentou a construção de Centrais Eólicas Marítimas (offshore), sob o argumento de que ainda há muito a explorar na geração “onshore”.
Essa desconfiança perde sustentação com a nota divulgada quarta-feira, 26, pela Abeeólica, assinada por sua presidente, Elbia Gannoum, cuja íntegra é a seguinte:
“A ABEEólica avalia que o Decreto Nº 10.946, que dispõe sobre a cessão de uso de espaços físicos e o aproveitamento dos recursos naturais no mar para a geração de energia elétrica a partir de empreendimentos offshore, é um avanço crucial para que o Brasil possa iniciar seu caminho na implantação de parques eólicos offshore com segurança para o investidor, governo e sociedade.
“Acreditamos que o decreto não apenas atende aos interesses públicos e coletivos como também é importante base para que o trabalho das empresas possa ser feito de forma planejada e organizada.
“Num setor que está dando seus primeiros passos, essa segurança é fundamental, para que tanto empresas como sociedade e governo saibam quais são os critérios técnicos, exigências, obrigatoriedades de estudos e os órgãos que responderão e serão responsáveis por analisar, aprovar e formalizar o avanço de cada etapa dos projetos, que possuem complexidade maior do que os de eólica onshore.
“Vale lembrar que o Ibama já tem mais de 40 GW de projetos eólicos offshore em análise, o que demonstra o grande interesse dos investidores.
“Por fim, a ABeeólica celebra o empenho de todos os agentes envolvidos nestes primeiros anos para o desenvolvimento da eólica offshore no Brasil.
“Reconhecemos o enorme esforço e dedicação do Ministro de Minas e Energia, Bento de Albuquerque, de toda a equipe técnica do Ministério de Minas e Energia e das demais instituições envolvidas neste tema, todos comprometidos em debater o tema em profundidade, sempre do ponto de vista técnico, fazendo o difícil trabalhar de unir estudos de outros mercados com as especificidades do cenário brasileiro.
“A fonte eólica já possui uma longa história de sucesso no Brasil com a utilização dos ventos em terra e agora, por meio do Decreto Nº 10.946, começa uma nova fase com os ventos marítimos.
“Estou certa de que este momento será um ponto histórico quando analisarmos o desenvolvimento da eólica offshore no Brasil, um decreto que ficará marcado como um passo fundamental para o setor.
“Não tenho dúvida de que, daqui a alguns anos, celebraremos nossos primeiros GWs de eólicas no mar e o Brasil, que já tem um dos melhores ventos do mundo para eólica onshore, passará também a ser conhecido pelo sucesso de suas eólicas offshore, tecnologia que é tida como essencial na luta para conter os efeitos do aquecimento global.”