Conquistar um título inédito em um clube de massa, ter a responsabilidade de representar um escudo entre tantos outros, diga-se de passagem, um clube nordestino. Estar no topo, reconhecido pelas equipes como a campeã, disputando a primeira divisão do Futebol, pela primeira vez.
Todos os esses méritos conquistados por mulheres, um grupo de atletas que acreditou que poderia colocar o time do Ceará no topo. Elas conseguiram.
Karen, zagueira experiente, com passagens por Duque de Caxias, Vasco da Gama/ Marinha, Flamengo, Seleção Brasileira, mas a paixão mesmo veio pelo Ceará. A atleta participou do projeto de construção do time, do acesso, do título, participou também dos momentos difíceis.
Tanto esforço para um dor futura, uma equipe “fechada” que foi desmontada, sem chances para reformulação elas tentaram seguir, seguiram da forma mais dura, mais trágica, sempre honrando um escudo, era um sonho que ainda tava ali, ainda restava esperança, mesmo com goleadas difíceis.
“Eu tenho certeza se a gente tivesse mantido o grupo, não teríamos caído, era a liderança do Erivelton, trabalha que tinha com o Boiadeiro, a gente era muito fechado”.
“Tinha jogos que eu chegava as adversárias já riam, estávamos sendo motivos de chacota, mas eu batia no peito e falava para as meninas que precisávamos seguir.” Relata Karen, ex-zagueira do Ceará.
A ex-zagueira, hoje com 39 anos, decidiu se aposentar, todas as questões financeiras com o Ceará foram resolvidas e agora ela estuda para quem sabe se tornar uma técnica de Futebol.