Quando começamos em um novo emprego, geralmente estamos cheios de expectativas e esperanças. No entanto, para muitas pessoas, essas expectativas nem sempre se traduzem em realidade. Pode ser que o ambiente de trabalho não seja o que imaginavam, que as responsabilidades não correspondam ao que foi negociado, ou que a cultura organizacional simplesmente não se alinhe com os seus valores. O que fazer?
A empolgação de iniciar uma nova fase profissional pode nos levar a uma visão idealizada do trabalho. Essa visão pode prejudicar a nossa capacidade de avaliação e fazer com que detalhes importantes do processo seletivos passem despercebidos. A negociação que definirá a decisão de assumir o cargo dos sonhos pode não considerar aspectos cruciais para o desempenho desejado pela organização e para suprir nossas expectativas de carreira.
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Alguns fatores podem interferir na nossa decisão, como estar fora do mercado de trabalho por muito tempo, buscar novos desafios profissionais, deixar um emprego desmotivador, esperar um aumento salarial ou avançar na carreira de liderança. Além disso, é possível que um profissional cuidadoso e racional encontre uma empresa que não foi transparente durante o processo seletivo. Isso pode acontecer.
Perceber que o novo emprego não é o que se esperava é mais comum do que parece. A seguir, exploraremos etapas para avaliar a situação e tomar uma decisão ponderada.
O que fazer, então, quando a frustração surge?
O primeiro passo é entender exatamente o que está causando a sua insatisfação. Faça uma lista detalhada das razões pelas quais você não está satisfeito no novo emprego, até porque a empresa pode não ter responsabilidades sobre a sua percepção. Avaliar o seu momento de vida é imprescindível. Você tem evidências concretas para embasar a sua insatisfação?
Depois do primeiro passo, identificar se algumas das questões abaixo estão presentes na situação:
- Desalinhamento entre expectativas e realidade: pode ser que a descrição do trabalho ou as conversas durante o processo seletivo tenham dado a impressão de que as funções seriam diferentes. Talvez você esperasse mais autonomia ou mais desafios, ou, ainda, uma carga de trabalho mais equilibrada.
- Falta de alinhamento cultural: a dinâmica entre os colegas, o estilo de liderança ou os valores da organização podem não se alinhar com os seus.
- Falta de suporte ou treinamento: em alguns casos, a empresa pode não fornecer o suporte necessário para o seu bom desempenho, gerando frustração e sensação de incapacidade.
- Desequilíbrio entre vida pessoal e trabalho: se a função exige longas horas ou gera muita pressão, isso pode afetar sua qualidade de vida, especialmente se você valoriza o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.
- Modalidade do trabalho: se a possibilidade de cumprir suas tarefas home office, acordada no momento da contratação, não está sendo cumprida, isso pode gerar problemas de adaptação.
Entender a origem do seu descontentamento é crucial para determinar como abordar a situação. Seja honesto consigo mesmo.
Como lidar com a situação sem agir de forma impulsiva?
Analise se o tempo em que está no novo emprego é o suficiente para uma adaptação adequada. O início pode ser mais desafiador, e é comum que as primeiras semanas ou meses sejam mais estressantes, à medida que você aprende as novas funções, se ajusta aos colegas e compreende a dinâmica da empresa. Pergunte-se se está dando tempo suficiente para essa transição e se está se empenhando para que ela seja bem-sucedida.
Depois de considerar o fator tempo, avalie se as suas aspirações eram realistas desde o início. Muitas vezes, criamos uma visão idealizada de como será um novo emprego, especialmente quando estamos ansiosos para sair de uma situação anterior que era insatisfatória. Todos os ambientes de trabalho terão aspectos que não são ideais, e aprender a conviver com essas imperfeições faz parte do crescimento pessoal e profissional.
Se após um período razoável, você ainda estiver insatisfeito, é importante comunicar suas preocupações. Isso pode ser feito de forma construtiva, para que a empresa tenha a oportunidade de melhorar a situação. Agende uma conversa com o seu gestor ou com o departamento de recursos humanos para solicitar um feedback sobre o seu desempenho e, na oportunidade, exponha as divergências ou os problemas que identificou. Adote uma comunicação assertiva! Não se comporte como dono da verdade absoluta. Exponha suas percepções e não suas ‘verdades’. Não reclame da falta de suporte para realizar suas tarefas, peça mais orientação ou treinamento, por exemplo. Essa abordagem pode surpreender positivamente os gestores, que talvez não estivessem cientes de seu desconforto e possam tentar encontrar uma solução para mantê-lo motivado e engajado.
Considere também a perspectiva de longo prazo. O cargo atual pode não ser ideal, mas oferece oportunidades de crescimento dentro da empresa? Há chances de promoção, aumento de salário ou responsabilidades mais alinhadas aos seus interesses no futuro? Se o emprego atual tem potencial para levá-lo a posições melhores, pode valer a pena perseverar por mais algum tempo. Se este não for o caso, talvez seja o momento de atualizar o currículo e explorar outras opções.
Ao buscar novas oportunidades, é importante aprender com a situação atual para evitar repetir possíveis erros. Se, após uma análise cuidadosa, você sentir que o emprego atual não é o lugar certo para você, confie no seu instinto e siga em busca de novas oportunidades utilizando os aprendizados atuais.
Enfrentar a decepção com um novo emprego pode ser frustrante, mas também pode ser uma oportunidade para crescimento e autoconhecimento. Lembre-se de que nenhuma situação é definitiva, e você sempre tem a possibilidade de encontrar um caminho que o leve à realização profissional.
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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.