Você já se sentiu incomodado ao participar da reunião de apuração dos resultados do planejamento anual? Ao ser questionado sobre os indicadores, pensou no que dizer, mas preferiu silenciar? Ficou com aquela sensação de que suas entregas foram prejudicadas pela desordem dos projetos sugeridos? Você não está sozinho! Muitos líderes se sentem assim. Mas, será que nada poderia ter sido feito?
Nos meses de novembro, dezembro e janeiro, sempre participo de encontros para elaboração do planejamento estratégico das organizações clientes. Assisto às apresentações de resultados, e é comum, ao conversar com os gestores participantes, ouvir dele que a empresa define os objetivos, o orçamento, mas, na verdade, durante a execução, várias outras frentes aparecem, cortes são feitos, prazos são redefinidos e tudo isso atrapalha a entrega dos indicadores e, consequentemente, a efetividade das metas criadas.
Este discurso gera uma reflexão interessante: qual o papel do líder-gestor nesse cenário?
Em qual empresa você está trabalhando? Há quanto tempo? Qual o seu negócio? É uma empresa familiar? Tem administração profissional e organizada? Como funciona o processo decisório? Etc...
Muitas vezes, queremos que as coisas aconteçam de uma determinada maneira, mas o ambiente organizacional funciona diferente das nossas expectativas ou capacidades. Costumo dizer em programas executivos de liderança que não podemos “brigar” com a cultura. Não é uma briga leal, pois a cultura é muito maior, ela é poderosa e representa o DNA da organização. Espelha como os processos funcionam e, consequentemente, dá dicas de quais hard e soft skills são necessárias ao líder-gestor e como ele deve conduzir sua atuação para o alcance dos resultados almejados.
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Alguns comportamentos ainda rondam os ambientes corporativos nas reuniões de resultado. Abaixo exemplifico com algumas justificativas comuns:
- “Não entreguei o projeto porque não recebi o retorno do orçamento.”;
- “O meu indicador foi prejudicado por causa do setor x.”;
- “Não sabia que podia...”;
- “Apareceram outras prioridades e o tempo não foi suficiente.”;
- “Até hoje não recebemos autorização para essa ação”;
Entre outras respostas que tentam justificar o injustificável.
- Se você não entregou o projeto porque não recebeu o retorno do orçamento, você: formalizou esse atraso? Buscou um plano B? Foi ao outro setor e perguntou o que estava acontecendo? Convocou uma reunião extraordinária?
- Se o seu indicador foi prejudicado por causa de outro setor, você: trabalhou junto com o outro gestor para planejar alternativas? Expôs a situação para o seu gestor?
- Se não sabia que podia, você: perguntou? Procurou entender o processo para ter clareza do que poderia ser feito?
- Se apareceram outras prioridades e o tempo poderia ser prejudicado, você: renegociou as entregas? Sugeriu estratégias para conseguir dar conta das novas demandas?
Em resposta à reflexão anterior, o líder-gestor precisa ser “dono” do seu planejamento. Ser obcecado e inconformado com as inconsistências. Lógico que, por outro lado, a empresa precisa criar uma cultura propícia à execução. Um ambiente em que o líder-gestor possa se comunicar, negociar, discutir alternativas e alinhar expectativas. O que algumas organizações chamam de “mimimi”, podem ser argumentos consistentes e que precisam ser avaliados.
Por fim, elenco algumas estratégias simples que apoiarão você ao lidar com o seu planejamento anual e evitarão que, ao final do ano, suas entregas sejam questionadas:
Lembre-se: negociar sim, justificar jamais!
Nesta coluna, trarei para você assuntos relacionados a carreira, liderança, coaching e tendências sobre os assuntos. Contribua deixando sua pergunta ou sugerindo um tema de sua preferência, comentando este post ou enviando mensagem para o meu Instagram: @delaniasantoscoach.
Será maravilhoso ter você comigo nesta jornada. Até a próxima!
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.