Durante coletiva de imprensa com correspondentes brasileiros nesta quinta-feira (29), o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Wladimir Valler Filho, que assume o papel de juiz eleitoral, confirmou que, logo que chegaram, as urnas foram testadas seguindo as orientações da justiça eleitoral.
“Quando chega, há um protocolo. Você tem que abrir, deslacrar a urna e há um teste. Sai uma etiqueta dizendo se a urna está em perfeito funcionamento. Estando, ela é lacrada imediatamente”, explicou o cônsul.
Das 58 urnas, 5 apresentaram algum tipo de problema que, segundo a cônsul-adjunta, Izabel Cury, foram resolvidos rapidamente seguindo orientações do cartório eleitoral. “Apenas uma delas teve que ser substituída. A nova já foi testada, já está funcionando”, disse Cury.
As urnas estão agora lacradas e só voltam a funcionar no domingo, 2 de outubro.
Maior colégio eleitoral do exterior
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, o número de eleitores no exterior cresceu 39% em relação ao pleito de 2018. Agora, há 697.078 pessoas aptas a votar em outros países.
Lisboa se tornou a cidade com o maior colégio eleitoral fora do Brasil. 45.273 brasileiros podem votar na capital portuguesa. O número é 113% maior do que o das eleições de 2018. O consulado convocou 232 mesários para atuarem no pleito.
O local de votação é a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. A organização das eleições vai ocupar 33 salas do prédio, em três andares.
Mesmo com o aumento significativo do número de eleitores e as tensões políticas que marcam o momento, o consulado afirma que trabalha para garantir a “tranquilidade” da votação. “Nós garantimos por todos os meios possíveis que seja prestada a segurança necessária para que o eleitor possa votar e transitar livremente no espaço das eleições”, disse Wladimir Valler Filho.
O consulado contratou 10 seguranças privados para atuação no prédio da faculdade, número que poderá ser aumentado. A polícia portuguesa também vai participar do esquema de segurança, mas não informa o efetivo que será empregado.
Missão do Itamaraty
Além das urnas eletrônicas, quem também já desembarcou em Lisboa foi a comitiva do Itamaraty que vai acompanhar as eleições em Portugal. O país também tem locais de voto nas cidades do Porto, com 30.098 eleitores, e Faro, com 5.525 inscritos.
O grupo do Itamaraty tem 10 diplomatas, que vão se dividir entre os três locais de votação.
Sobre os questionamentos do presidente Jair Bolsonaro sobre a segurança do processo eleitoral, o secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Itamaraty, embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, não comentou.
“Todos os consulados tomam todas as medidas sob orientações do cartório eleitoral de Brasília, do Tribunal Superior Eleitoral, para que o processo de votação ocorra sem nenhum tipo de falha. Esse é o nosso objetivo, estamos trabalhando pra isso. Não nos cabe entrar no mérito das avaliações políticas dos candidatos. Estamos fazendo todo o trabalho necessário para que as eleições ocorram com a tranquilidade necessária”, disse o embaixador.
Nesta quarta-feira, 28, o perfil provisório do Itamaraty no Twitter começou a publicar uma série de vídeos em que o ministro Carlos França reforça a importância do voto dos brasileiros que estão fora do país. “As eleições no exterior são uma prioridade para o Itamaraty”, diz o ministro.
Ao todo, Portugal tem 80.866 pessoas aptas a votar. Número 106% maior do que o das eleições de 2018. É agora o segundo maior colégio eleitoral do exterior, ultrapassando o Japão e atrás apenas dos Estados Unidos.
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.
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