Nos três primeiros jogos de 2022, Tiago Nunes já comprovou o que todo mundo imaginava: Zé Roberto é o centroavante titular do Ceará hoje. Nesta quinta-feira (10), na entrevista exclusiva com o comandante alvinegro, perguntei diretamente a ele quais os indicadores de desempenho que ele traçou para buscar um camisa 9 no mercado. E a resposta foi:
"Principalmente, um jogador que tenha mobilidade. Que não seja um jogador só de referência, que fique só lá na frente, que tenha capacidade de abrir espaço para quem vem de trás, que possa combinar espaço com outros atacantes. Fugindo um pouco da característica formal de um "9 clássico", de área, que fica lá dentro para definir o jogo. Essas foram as características buscadas. A ideia principal é uma equipe móvel para que a gente possa não só ter referências de presença de área, mas caras que possam abrir espaço pra quem vem de trás".
O início de Zé Roberto comprova que ele tem tido esse encaixe. No jogo contra o Globo-RN, em que pese a fragilidade do adversário, o camisa 63 foi um dos melhores em campo, com assistência e participação na criação de várias chances reais de gol.
Pressão
Antes, já havia perguntado quais os conceitos ofensivos que ele mais tem trabalhado no dia a dia de treinamentos. E a resposta foi:
"No aspecto ofensivo, mobilidade. Uma equipe que troque de posição, que ataque os espaços, que chegue com volume de jogadores grande na área adversária, que consiga ter uma pressão pós-perda agressiva na retomada, que consiga manter o equilíbrio defensivo a partir daí".
Zé Roberto também tem essa característica de pressão. Inclusive, o 2º gol do Ceará sai de 2 duelos vencidos por ele.
Além das características já citadas, o baiano de 28 anos também desempenha a referência em vários momentos. Essa alternância de comportamentos dificulta a marcação adversária e potencializa o jogo de companheiros. E é definidor, com boa técnica e boa capacidade de finalização. Já tem três participações diretas em gols (1 gol + 2 assistências) e poderia ter mais, não fosse o pênalti perdido contra o Sergipe.
A análise não deve ser do "eu gosto" ou "eu não gosto". Mas de qual a ideia do treinador + como o jogador executa. E como isso impacta no modelo de jogo. Futebol é coletivo.