O Campeonato Brasileiro premia a regularidade e a capacidade de se sobressair em jogos essenciais. O Ceará é mais time que a Chapecoense, e mesmo jogando fora de casa, era fundamental conquistar os três pontos na partida disputada na noite deste domingo (13), na Arena Condá. No objetivo do Ceará, que é de permanência/briga por vaga na Sul-Americana, não se pode deixar escapar vitórias contra adversários inferiores tecnicamente e que brigarão na parte de baixo da tabela.
Então o Alvinegro deixou de somar dois pontos que podem ser valiosos lá na frente.
Com todo respeito ao time catarinense, poucas serão as partidas contra equipes deste nível. A sequência de próximos jogos do Alvinegro indica o grau de dificuldade do Brasileirão: Bahia (C), Inter (F), Atlético-MG (C) e São Paulo (C).
A vitória deixa no torcedor alvinegro a sensação de lamentação sobretudo pelo momento do rival. O time catarinense iniciou a rodada na lanterna da Série A, sem vencer nenhum jogo e com a 2ª pior defesa da competição. A Chape sofreu 13 gols nos últimos seis jogos.
Um time fragilizado e ainda buscando se reencontrar com o novo treinador, Jair Ventura, que chegou há pouco tempo e ainda não tem um time ideal.
Dificuldade criativa
O Alvinegro precisava se impor para triunfar. Até jogou melhor no primeiro tempo, sobretudo com Lima bem participativo, colocando bola na trave. O time da casa marcava e pouco atacava. Era preciso que o Ceará tivesse inspiração ofensiva para furar o bloqueio adversário, o que não ocorreu. Mesmo sendo melhor no jogo, o volume não foi o suficiente para sair do 0 a 0.
O detalhe é que ainda houve contra-ataques do adversário. Em ao menos três oportunidades, Richard precisou intervir bem.
Fato é que quando precisou novamente mostrar uma capacidade criativa, para envolver o adversário e articular jogadas construídas, de pé em pé, para gerar situações de gol, o Ceará de Guto Ferreira novamente deixou a desejar. Há uma clara dificuldade criativa e um time que se apega a lampejos individuais ou jogadas de bola-parada.
É preciso melhorar
Não vejo Guto Ferreira como o único culpado pelo momento atual. Os jogadores precisam ser cobrados. Contra a Chape, além de Lima, o goleiro Richard, o lateral-esquerdo Bruno Pacheco e o volante Fernando Sobral foram destaques, mas outras peças voltaram a jogar mal.
Mas o treinador também precisa reconhecer sua parcela de culpa e trabalhar para melhorar. É preciso encontrar variações táticas, fazer substituições que não sejam seis por meia dúzia, inovar, tentar algo diferente para sair do previsível. Guto Ferreira precisa pensar fora da caixa, ou então continuará na corda bamba.
Após o atropelo sofrido para o Fortaleza na Copa do Brasil, a cobrança era por uma resposta imediata. A oportunidade era boa, mas o Ceará deixa escapar uma vitória, dois pontos e a chance de bater um adversário inferior.