No último domingo, milhares de jovens realizaram o primeiro dia da prova do ENEM 2023. Muitos estavam ansiosos, tensos, preocupados. Afinal, essa prova determinará o ingresso no curso que almejam e seu futuro profissional. Mas o que está por trás de toda essa ansiedade, que, muitas vezes, atrapalha o desempenho durante a prova, por mais preparados que estejam?
A partir de relatos desses jovens, o que os assombra é o medo de falhar, é a pressão interna de ter que provar para familiares e amigos, o quão se esforçaram ou o quão são bons. Prestar “conta” com os outros, dispara alguns alarmes, trazendo diversos sintomas físicos, emocionais e comportamentais.
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Chamamos esse sentimento, de ansiedade de desempenho. Essa preocupação excessiva é comum surgir durante provas, concursos, entrevistas de emprego, apresentações públicas, dentre outros. Pode aparecer em qualquer idade e está normalmente relacionada com as habilidades de enfrentamento aprendidas durante a vida, bem como com traços de personalidade. Por essa razão, diante de uma mesma situação, alguém pode sofrer de ansiedade por dias, enquanto outra pessoa pode simplesmente ficar calma.
Precisamos entender, que essa ansiedade não é negativa em si, ela é necessária para estimular e encorajar para a preparação da atividade desafiadora. Porém, o que acaba ocorrendo, é que o medo ativado em excesso, traz uma reação disfuncional, paralisando e limitando, o que impede a pessoa de apresentar todo o seu potencial. Essas reações aumentam as chances de falhar, o que reforça a crença inicial de incapacidade e por sua vez, acaba deixando o indivíduo, preso em um ciclo de ansiedade que só aumenta.
Seguindo as estratégias adequadas, é possível minimizar os impactos da ansiedade de desempenho. Porém, apesar da ansiedade ser uma resposta natural ao estresse, é possível que a depender da intensidade, em determinados momentos, seja difícil lidar sozinho. Nesses casos, considere buscar o apoio de um profissional de saúde mental para ajudá-lo a gerenciar melhor seus pensamentos e emoções.
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora