Desenho de baixo estímulo para crianças: o que é e quais os benefícios

Confira 5 dicas de desenhos de baixo estímulo para crianças

Legenda: Bluey, da Disney, é um dos exemplos de desenho de baixo estímulo para crianças. A série australiana estimula valores como empatia e respeito
Foto: Divulgação

Muito se fala sobre os impactos negativos da exposição de telas para o desenvolvimento infantil. Porém, apesar das diversas orientações e dicas para a redução do uso excessivo, sabemos que ainda assim é um grande desafio manter as crianças longe das telas.

Imagens com cores vibrantes, personagens em constante movimento atraem a atenção das crianças, mas também podem sobrecarregá-las e afetar seu bem-estar cognitivo e emocional.

Recorrentemente, escuto famílias no consultório afirmando “Grasi, eu até tento evitar, mas, às vezes, acabo cedendo, tenho que fazer diversas coisas e o que me resta é deixá-lo na TV, ou no celular, não sei o que fazer”.

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Claro que o ideal é evitar ao máximo a exposição, principalmente para crianças muito pequenas, todavia, para esses momentos inevitáveis, os responsáveis devem procurar desenhos, vídeos ou jogos que tenham um menor impacto para as crianças. Nesses casos, os desenhos de baixo estímulo são alternativas mais calmas e menos prejudiciais de entretenimento.

O que é desenho de baixo estímulo?

São animações infantis que apresentam elementos audiovisuais mais lentos e menos intensos. Esses desenhos proporcionam uma experiência mais tranquila para as crianças, evitando que fiquem muito agitadas e hiper estimuladas como acontece com os desenhos normais.

As animações possuem cores mais suaves, movimentos mais leves, músicas calmas e trocas de cenas mais espaçadas.

As histórias também se desenvolvem de forma gradual, onde os enredos são mais lineares e fáceis de compreender, permitindo que as crianças acompanhem melhor a narrativa.

Portanto, diferente dos outros desenhos que normalmente as crianças têm acesso, os desenhos de baixo estímulo não geram uma sobrecarga de dopamina no cérebro das crianças, tornando as telas menos viciantes.

Benefícios para o desenvolvimento

Redução da Ansiedade e Estresse: Crianças expostas a estímulos intensos frequentemente apresentam sinais de estresse e ansiedade. Já os desenhos de baixo estímulo promovem uma sensação de relaxamento e os pequenos sentem-se mais seguros.

  • Melhora da concentração: Desenhos simples e lentos ajudam a melhorar a capacidade de concentração das crianças, pois não sobrecarregam seus sentidos. São os desenhos mais indicados para as crianças com dificuldades de atenção.
  • Estimula a criatividade: Sem a sobrecarga de informações, as crianças têm mais espaço mental para criar suas próprias histórias e brincar de forma mais criativa, usando mais a imaginação.
  • Desenvolve social e emocionalmente: Muitos desses desenhos são inspirados em livros, e trazem histórias com valores importantes para o desenvolvimento infantil. Ensinam sobre habilidades sociais, emocionais, empatia, compartilhamento e resolução de conflitos.

Veja 5 dicas de desenhos de baixo estímulo para crianças

É possível encontrá-los em diversas plataformas de streaming como Netflix, Disney Plus ou de forma gratuita na internet em canais como Youtube. Todos são educativos e relaxantes.

Bluey – (Disney Plus) – essa é uma série australiana de uma cachorrinha e sua família. É uma opção educativa reconfortante para todas as idades. Contém valores como empatia e respeito.

Daniel Tigre – (Youtube) – episódios de um filhote de tigre, que aborda de forma bem didática habilidades necessárias para lidar com a escola e a vida.

Zé coleta (Trash Truck) –(Netflix) – série de um garoto de 6 anos, que adora explorar a natureza e aprender sobre o meio ambiente. Aborda temáticas sobre sustentabilidade e preservação ambiental.

Puffin Rock – (Netflix) – animação que se passa em uma ilha habitada por papagaios e amigos animais. Aborda os valores sobre amizade, família e natureza.

Caillou – (Youtube) – conta a história de um garotinho de 4 anos que tem muita imaginação, e aprende coisas novas todos os dias. Trata assuntos como medo e ansiedade.

É importante pontuar, que mesmo trazendo alguns benefícios, é necessário monitorar o tempo de tela e combinar essa prática com outras atividades tranquilas, como a leitura de livros ou brincadeiras ao ar livre, para criar um equilíbrio saudável de estímulos para as crianças.

Sei que dá trabalho, e que, muitas vezes, nós adultos que devemos nos trabalhar para manter uma rotina e uma supervisão adequada para com as crianças.

Oriento as famílias, lembrando daquela frase “é justo que muito custe, o que muito vale”.

Todo esforço é valioso para ajudarmos nossos pequenos a se desenvolverem de forma mais saudável emocionalmente e cognitivamente.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.

 
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