5 tipos mais comuns de ansiedade infantil: Como identificar e o que fazer?

Personagem da nova animação da Pixar, a ansiedade se manifesta desde os primeiros meses de vida

Legenda: Nova emoção explorada em Divertida Mente 2 (Pixar), a ansiedade faz parte, mas pode atrapalhar o desenvolvimento infantil; saiba como ajudar
Foto: Divulgação

É natural que em algum momento da vida as crianças apresentem ansiedade, pois é uma resposta fisiológica a uma ameaça real ou imaginária. No entanto, quando ela se torna excessiva, desadaptativa e atrapalha as atividades rotineiras, trazendo sofrimento, pode ser considerada um transtorno.

Infelizmente, a ansiedade infantil patológica é um problema crescente. Recebemos com frequência, crianças nos consultórios com sintomas que se manifestam de diferentes formas. Por essa razão é fundamental que as famílias saibam identificar e conheçam algumas estratégias para ajudar as crianças em seu processo de desenvolvimento.

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1. Ansiedade de Separação

É um medo excessivo que a criança sente ao se afastar dos pais e cuidadores. É natural aparecer entre 8 meses a 24 meses de vida, porém quando persiste de forma intensa afetando o funcionamento comum das atividades pode ser considerado transtorno.

Sintomas: Choros, recusas de ir à escola, pesadelos, queixas físicas (dores de cabeça, dores de estômago) quando longe dos pais, preocupações excessivas da possível perda (morte, abandono, doença) da figura de apego.

Estratégias de Ajuda:

  • Estabelecer uma Rotina Consistente: Rotinas previsíveis podem ajudar a criança a sentir-se segura;
  • Exposição Gradual: Comece com separações curtas e aumente gradualmente o tempo que a criança passa longe de você;
  • Objetos de Conforto: Permita que a criança leve um objeto de conforto quando estiver longe de casa;
  • Reforço Positivo: Elogie e recompense a criança por comportamentos corajosos e independentes

 

2. Fobias Específicas

Medo intenso, irracional e desproporcional de objetos ou situações específicas. Ex: medo de animais, altura, tomar injeção, ver sangue.

Sintomas: Evitação ou reações extremas como ataques de raiva, choro excessivo, comportamento de agarrar-se ao encontrar o objeto ou situação temida.

Estratégias de Ajuda:

  • Incentivar Discussão sobre Medos: Converse abertamente sobre os medos da criança e valide seus sentimentos;
  • Histórias de Superação: Compartilhe histórias de outras crianças que superaram fobias semelhantes;
  • Usar Técnicas de Dessensibilização: Combine a exposição gradual ao estímulo aversivo com técnicas de relaxamento.

3. Ansiedade Social

Medo intenso de situações sociais ou de desempenho. Geralmente as crianças apresentam recusa a ir à escola e preferem não sair com colegas por medo de julgamentos.

Sintomas: Timidez extrema, medo de ser julgado, evitamento de interações sociais, fracasso ao falar em público.

Estratégias de Ajuda:

  • Ensinar Habilidades Sociais: Pratique habilidades de conversação e interação social através de jogos e encenações com trocas de papéis.
  • Expor aos poucos à situações sociais: Comece com pequenas interações e aumente a complexidade com o tempo.
  • Modelagem de Comportamento: Demonstre comportamentos sociais positivos e encoraje a criança a imitá-los.
  • Encorajar Participação em Atividades: Inscreva a criança em atividades extracurriculares que a interessem.

4.Transtorno de Pânico

Surto abrupto de medo intenso ou desconforto que alcança um pico em minutos. É a forma aguda da ansiedade

Sinais Comuns: Ataques de pânico recorrentes, palpitações, falta de ar, sudoreses, tremores, náuseas...

Estratégias de Ajuda:

  • Ensinar Técnicas de Respiração Controlada: Ajude a criança a aprender a controlar a respiração durante um ataque de pânico.
  • Explicar o que são crises de Pânico: Ajude a criança a entender que as crises de pânico não são perigosos e passarão.
  • Criar um Ambiente Seguro: Tenha um espaço tranquilo onde a criança possa ir durante um ataque de pânico. Ex: cantinho da calma, com brinquedos e objetos que acalmam a criança.
  • Manter a Calma: Demonstre calma e ofereça apoio tranquilizador durante uma crise.

5. Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)

Preocupação excessiva e incontrolável com diversas situações. É uma forma mais grave e extrema.

Sintomas: Preocupações com o futuro, irritabilidade, desempenho escolar, saúde, inquietação, fadiga.

Estratégias de Ajuda:

  • Desenvolver um Plano de Resolução de Problemas: Ajude a criança a identificar soluções para suas preocupações.
  • Ensinar Técnicas de Relaxamento: Pratique respiração profunda e meditação guiada.
  • Criar um Diário de Preocupações: Permita que a criança escreva ou desenhe suas preocupações e discuta-as em momentos apropriados.
  • Estabelecer Limites de Tempo para Preocupações: Reserve um tempo específico do dia para falar sobre preocupações, ajudando a limitar a preocupação constante.

É importante pontuar que cada criança é única, portanto, é fundamental que as famílias acolham os sentimentos dos pequenos, sem julgamento e sejam pacientes e flexíveis, ajustando as estratégias conforme necessário. Além disso, considere procurar a ajuda de um profissional especializado, se a ansiedade for severa ou persistente, para que possa ser trabalhada a prevenção, gerenciamento das emoções e suporte a família.
 

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.

 
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