Ao pensarmos nesta pergunta, normalmente, a resposta imediata é “Eu ficaria feliz com 1 milhão” ou “Que eu possa comprar tudo que quero” ou “Que nunca falte dinheiro na minha vida”. E você já pensou na sua resposta a esta pergunta tão específica?
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Decidi escrever sobre este ponto, porque sabemos que algo que acompanha a vida diária de todos nós, que nos faz não dormir muitas vezes, que tira nossa paz, que, muitas vezes, acreditamos ser a solução de nossos problemas é o dinheiro. Isso mesmo.
Junto a este aspecto, relacionamos o dinheiro à felicidade de uma forma muito direta. Sempre acreditamos que os ricos são mais felizes e, ainda que, se o dinheiro não traz felicidade, ele manda buscar, não é?
Mas, pense bem. Você com certeza conhece pessoas que possuem renda menor que a sua e vivem melhor que você financeiramente, pessoas que, apesar de menores recursos mensais, são capazes de acumular riqueza, ter até reservas para emergências. Você conhece alguém assim? E, se conhece, o que acha que o faz tão diferente de você?
As respostas para tantas dúvidas vêm da atitude de todos nós perante o dinheiro. Sempre comento que conseguir viver com tranquilidade financeira está muito mais ligado ao seu comportamento em relação ao dinheiro do que a sua inteligência. Estas pessoas que você conhece, com certeza, possuem uma disciplina e comportamento diferente do seu em relação ao dinheiro.
E, finalmente, chegamos ao conceito de suficiência. O que é suficiente para você? Quanto de dinheiro você acha que seria suficiente para você ter uma vida tranquila? Seja sincero com você mesmo. Nós queremos milhões, mas não precisamos deles para viver bem. Nós queremos acumular bens e riquezas porque acreditamos que assim seremos mais felizes. E aprendemos a ser assim.
Mas este é o momento de você refletir sozinho. Se você olhar para sua vida hoje, qual o suficiente para você ter equilíbrio financeiro e conquistar as coisas que de fato são importantes para você. Verá, ainda, que muitas vezes, o que é importante para sua vida, o dinheiro não compra e, além disso, você já tem e talvez não valorize. Seja o carinho da sua família, seja um companheiro leal, sejam amigos sinceros, seja um trabalho reconfortante.
Enfim. Todas estas perspectivas em relação ao dinheiro é bem descrita no livro “A psicologia do dinheiro” de Morgan Housel e vale a pena a leitura. O autor esclarece inúmeros pontos relevantes ao nosso comportamento com o dinheiro e nos faz pensar sobre o que de fato é suficiente para nós.
Por fim, sabemos que refletir sobre quanto dinheiro é suficiente na sua vida é uma questão pessoal e subjetiva. Cada pessoa tem necessidades e objetivos financeiros diferentes, e o que pode ser suficiente para uma pessoa pode não ser para outra. No entanto, existem algumas perguntas e considerações que podem ajudá-lo a refletir sobre esse assunto:
- Necessidades básicas: Comece refletindo sobre quais são as suas necessidades básicas, como moradia, alimentação, transporte, saúde e educação. Quanto dinheiro você precisa para garantir essas necessidades essenciais?
- Estilo de vida desejado: Pense sobre o estilo de vida que você deseja ter. Isso inclui seus hobbies, viagens, entretenimento, experiências, entre outros. Quanto dinheiro você precisa para sustentar esse estilo de vida?
- Metas financeiras de longo prazo: Considere suas metas financeiras de longo prazo, como comprar uma casa, fazer uma viagem, se aposentar confortavelmente, entre outras. Quanto dinheiro você precisa para alcançar essas metas?
- Prioridades pessoais: Reflita sobre suas prioridades pessoais e valores. O que é realmente importante para você na vida? É ter mais dinheiro ou é ter tempo livre, estar com a família, ajudar os outros? Essas prioridades podem influenciar a quantidade de dinheiro que você considera suficiente.
- Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: Considere o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Quanto dinheiro é necessário para alcançar um equilíbrio saudável entre essas duas áreas? Isso pode incluir a possibilidade de reduzir horas de trabalho ou buscar uma carreira mais satisfatória, mesmo que isso signifique ganhar menos dinheiro.
- Segurança financeira: Pense sobre o seu nível de segurança financeira. Quanto dinheiro você precisa para se sentir seguro em caso de emergências ou imprevistos?
Lembre-se de que a quantidade de dinheiro que é suficiente para você pode mudar ao longo da vida, à medida que suas necessidades e prioridades evoluem. É importante revisar suas finanças regularmente e ajustar seus objetivos financeiros de acordo com as mudanças que ocorrem em sua vida.
Por fim, é fundamental lembrar que o dinheiro não é o único determinante da felicidade e do sucesso na vida. Embora seja importante ter uma base financeira sólida, é igualmente importante cultivar relacionamentos significativos, buscar propósito e encontrar equilíbrio em todas as áreas da vida.
Pensem nisso! Até a próxima.
Ana Alves
@anima.consult
Economista, Consultora, Professora e Palestrante
*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.