Sempre mencionamos a importância de planejarmos o nosso futuro financeiro, com base, principalmente, nas nossas atitudes diárias em relação ao uso do dinheiro. Sabemos da importância e da necessidade de anotarmos todas as despesas e conseguirmos nos organizar controlando nossos impulsos de consumo. Porém, como dizia um sábio: “Saber e não fazer é não saber ainda.” Ou seja, muitas vezes temos a consciência do que devemos fazer, mas por que não conseguimos fazer o necessário? Sabemos, muitas vezes, tudo o que precisamos para melhorar por exemplo nossa saúde, nosso comportamento, nossas finanças, mas não conseguimos atuar diariamente neste objetivo. [render name="Leia mais" contentId="1.3451712"] Pensando nisso, resolvi escrever sobre alguns métodos que podem te ajudar a se organizar financeiramente diante da sua renda atual. Falaremos sobre o método 50-30-20. Acalme-se, não é mais uma forma de você enriquecer sem trabalhar, ou ganhar dinheiro fácil como tantas que circulam na internet e têm causado prejuízos em muitos desavisados que buscam a solução financeira em formas fáceis. Isso não existe, sinto muito. [citacao tipo="texto" ]O que existe, sim, é a disciplina, a determinação e consistência diária em seguir um plano que você mesmo traçou para você e sua família.[/citacao] Então, vamos lá. O sistema 50-30-20 foi criado pela senadora norte-americana Elizabeth Warren e sua filha, Amelia Warren Tyagi. Essa abordagem envolve a divisão da renda mensal líquida em três partes, com foco principal no controle financeiro e equilíbrio orçamentário. Distribuição da renda A regra 50-30-20, portanto, é um método de distribuição de renda que sugere uma forma ideal de utilização do nosso dinheiro. Esta abordagem considera 3 categorias de gastos principais. 1. Necessidades: Esta categoria sugere que utilizemos 50% da nossa renda com gastos essenciais, como aluguel, alimentação e transporte, que são necessários para nossa subsistência básica. 2. Desejos pessoais: Todos os gastos com bens de consumo e serviços não essenciais devem estar incluídos nessa categoria, com um limite de 30% da renda. 3. Poupança e pagamento de dívidas: Com 80% dos seus ganhos comprometidos nas categorias anteriores, é importante separar uma parte da sua renda para quitar dívidas, montar uma reserva financeira ou diversificar a carteira de investimentos. Esta parcela representa suas economias e metas financeiras, sendo assim, deve representar pelo menos 20% da renda. Vamos nos organizar? Preste atenção. Você pegará seu salário e calculará 50%, ou seja, divida por 2. Este valor que você encontrou deve ser o valor máximo para seus gastos essenciais, por exemplo, aluguel, alimentação, educação, saúde, energia, água, entre outras. Em seguida, calcule 30% do seu salário e direcione para seus desejos e supérfluos que também são importantes, mas não essenciais, como viagens, lazer, etc. Os 20% restantes devem ser direcionados para investimentos, como reserva financeira para futuros imprevistos e projetos vindouros. Tenho algumas dicas para te ajudar: 1. Se você fez a conta das proporções do método 50-30-20 e percebeu que gasta, na verdade, 70%, por exemplo, da sua renda em despesas básicas, onde deveria ser apenas 50% de acordo com nossa sugestão, você precisa rever seus gastos essenciais. O problema não é a proporção, mas sim seu padrão de vida em relação à sua renda. Mas, não desista, veja quanto pode economizar nestes itens, revendo cuidadosamente cada um deles e tomando as atitudes necessárias para melhorar sua vida financeira. 2. Os 30% da categoria lazer são importantes, mas podem ser rapidamente revistos ou retirados em caso de necessidades imediatas que você venha a passar, por isso, mais flexível. Tenha coragem e seja sincero com você mesmo, entendendo qual porcentagem que atualmente você gasta com lazer, baladas, festas, enfim, tudo que não é essencial. 3. Os 20% restantes que devem ser para investimentos, mas, na sua situação atual, você tem são dívidas. Não tem problema, pois pagar dívidas também é uma forma de investimento, já que você deixará de pagar juros e reduzir sua renda futura. Então, pode sim destinar estes 20% para pagamento de dívidas, sempre focado em um plano de recuperação financeira. Seja forte, decidido e não desista. Pensem nisso! Até a próxima. Ana Alves @anima.consult Economista, Consultora, Professora e Palestrante *Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.