Na próxima sexta-feira, dia 13, a profissão de economista completa 70 anos no Brasil. A Lei 1.411, sancionada por Getúlio Vargas em 1951, marco legal dos economistas no País, traz importantes dispositivos sobre o exercício da profissão.
Entre as diversas atribuições do economista neste marco legal, se destaca a missão de contribuir para a formação de sadia mentalidade econômica através da disseminação da técnica econômica nos diversos setores de economia nacional.
Ser economista é ter uma nobre missão, mas também muito desafiadora.
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Para se ter ideia do desafio na nossa profissão, segundo John Maynard Keynes, o economista deve possuir uma rara combinação de dotes; deve ser matemático, historiador, estadista e filósofo; deve entender os símbolos e falar com palavras correntes; deve contemplar o particular nos termos do geral e tocar o abstrato e o concreto na mesma revoada de pensamento; deve estudar o presente à luz do passado e com vistas ao futuro; e nenhuma parte da natureza humana e de suas instituições deve ficar completamente fora de sua consideração. Sem dúvida, não é tarefa fácil.
O economista, formado na seara das ciências sociais aplicadas, não se restringe às análises de produto interno bruto, bolsa de valores, juros, inflação, e seus respectivos impactos nas famílias, empresas e governos. O economista vai além!
Os assuntos relacionados ao meio ambiente, educação, saúde, políticas de combate a pobreza e desigualdades, e as suas relações de causa e efeito, por exemplo, também estão no nosso radar de análises e proposições.
A ciência econômica se fundamenta na escassez, de maneira que a (eterna) busca pela melhor alocação ótima dos recursos é a tônica da nossa profissão. Ou seja, as escolhas que fazemos como indivíduos, empresas, governos, e quais os seus desdobramentos, sobretudo do bem-estar da sociedade, fazem parte do escopo de atuação do economista.
Na nossa ciência econômica, com diversas vertentes de ideias e teorias, o debate está sempre latente, e faz com que a nossa profissão de economista seja emblemática e apaixonante. A democracia e a ciência são os nossos combustíveis.
As palavras proferidas em nosso juramento devem ser o nosso guia. O economista não deve utilizar o conhecimento como um instrumento de valorização pessoal, mas sim utilizá-lo para promoção do bem-estar social e econômico do povo e da nação, cooperar com o desenvolvimento da ciência econômica e suas aplicações, observando sempre os postulados da ética profissional.
Por tudo isso, com ou sem a condição ceteris paribus (economistas entenderão), tenho orgulho de ser economista.
Para celebrar esta data especial, septuagenário da profissão, o curso de economia da Universidade de Fortaleza realizará live gratuita nesta sexta-feira, às 18h, com participação de Guilherme Resende, economista-chefe do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade. Interessados poderão se inscrever pelo link: https://inscricao.unifor.br/login/194
Grande abraço e até a próxima semana!
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.