A economia, nos últimos meses, vem apresentando resultados econômicos favoráveis, como o processo de desinflação, geração de empregos e nível de atividade econômica em elevação, impulsionada pela dinâmica do setor de serviços.
O Brasil, para alguns, até parece um Oásis. Mas, não é!
A inflação corroeu o poder de compra das famílias e as margens de lucros das empresas. Os preços estão em processo de descompressão, ou seja, parando de subir, e não simplesmente voltando ao passado.
Nos últimos meses, para tentar salvar o orçamento das famílias e empresarial, o crédito foi a alternativa buscada. O problema foi a natureza do crédito, de curto prazo e juros elevados, que deixaram emparedadas as finanças pessoais e o fluxo de caixa das empresas, trazendo consigo uma série de impactos na economia real, e em particular, no nosso bolso.
ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS E COMPROMETIMENTO DE RENDA
Segundo o Banco Central, o endividamento das famílias, que é a relação entre o valor atual das dívidas das famílias com o Sistema Financeiro Nacional e a renda das famílias acumulada nos últimos doze meses, alcançou 52,9% em agosto, o que representou elevação de 3,5 p.p. em 12 meses.
Na ótica do comprometimento de renda, que significa a relação entre o valor correspondente aos pagamentos do serviço da dívida com o Sistema Financeiro Nacional e a renda mensal das famílias, em média móvel trimestral, ajustado sazonalmente, também registrou elevações de 3,9 p.p. nos últimos doze meses, situando-se atualmente em 29,4%.
Poderia desfilar uma série de números que refletem a difícil situação financeira das famílias brasileiras. Contudo, quero trazer você leitor para uma reflexão, por meio de algumas perguntas e respostas.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
Para elucidar possível saída, vamos levantar alguns questionamentos importantes.
1. Já existiram programas de renegociação com produtores rurais? Ocorreram planos de reescalonamento de dívidas fiscais com empresas e grandes devedores no Brasil? Já houve no País planos de reestruturação financeira de bancos?
Sim.
2. Outra pergunta: já ocorreu algum plano nacional de renegociação de dívidas das famílias, sobretudos das mais humildes, com restrição financeira, e que sofrem com juros excessivos?
Não.
Pois é. Fica a reflexão. Acredito que chegou a hora!
Grande abraço e até a próxima semana!
Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.
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