Bitcoin: a cripto e a cripta

Existem diversos fatores que contribuem para o cenário desafiador do mercado cripto

Legenda: O aperto monetário com a elevação da taxa de juros para combater o processo inflacionário, sem dúvida, é também uma das razões da queda do Bitcoin
Foto: Michael Wensch/Domínio Público/ Agência Brasil

O mercado de criptomoedas vem apresentando resultados negativos espetaculares. O Bitcoin, a maior em valor de mercado entre as criptos, já caiu mais de 50% somente em 2022. 

O cenário turbulento fez surgir comentários e “análises” das mais diversas, e para alguns, as trevas do apocalipse chegaram, e o destino das criptomoedas, em particular do Bitcoin, é o fim. 

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O BITCOIN MORREU?

Caro leitor, de acordo com “especialistas”, você sabe quantas vezes o Bitcoin chegou ao fim?

De acordo com o site 99bitcoins, o Bitcoin já “morreu” 455 vezes, desde seu início, em 2009, até o último sábado (18). Somente em 2022, em seu obituário, já foram anunciadas 15 “mortes” do Bitcoin. Apesar da forte torcida, de fato, não aconteceu, e a principal cripto está longe da cripta.

E QUAIS AS RAZÕES PARA A QUEDA DO BITCOIN?

O mundo cripto é extremamente complexo, e evidentemente, nestas poucas linhas, não esgotarei todas as razões para a queda do Bitcoin.

Existem diversos fatores que contribuem para o cenário desafiador do mercado cripto, como aqueles relacionados às próprias moedas virtuais, a exemplo dos problemas com a Luna; de adversidades tecnológicas de algumas moedas virtuais; e dúvidas sobre as chamadas DeFi (Finanças Descentralizadas); que em certa medida, transbordam seus efeitos de riscos e incertezas para o Bitcoin.

O aperto monetário com a elevação da taxa de juros para combater o processo inflacionário, sem dúvida, é também uma das razões da queda do Bitcoin, uma vez que os investidores buscam otimizar a relação risco e retorno, sobretudo em momento de forte volatilidade no mercado.

As diversas variáveis, que perpassam do mercado de cripto até às políticas monetárias contracionistas, influenciam a queda dos ativos digitais. Contudo, devo te dizer um mais aspecto importante: o Bitcoin se transformou e foi “reconfigurado” como ativo. 

Na próxima semana, por meio de métricas utilizadas em finanças, apresentarei a “nova configuração” do Bitcoin como ativo, de maneira que o investidor deve ficar ainda mais atento. 

Na hora de investir em Bitcoin, parâmetros financeiros quantitativos devem ser levados em consideração, sobretudo em cenário de inflação elevada, perspectivas de baixo crescimento econômico, menor liquidez global e juros em alta.

Grande abraço e até a próxima semana!

Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.



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