Série A: Fortaleza sofre apatia coletiva e parece não se incomodar com placar contra o Athletico/PR

Tricolor foi superado por 2 a 0 na Arena Castelão, neste sábado (8), na estreia do Campeonato Brasileiro

Legenda: O time de Rogério Ceni encontrou dificuldade para vencer a barreira defensiva do Furacão
Foto: Kid Júnior / SVM

Na Arena Castelão, sábado (8), um Fortaleza irreconhecível na estreia da Série A do Campeonato Brasileiro: pouco agressivo, sem velocidade e linhas baixas na marcação. A derrota para o Athletico/PR por 2 a 0, com o rival sem cinco titulares, é sintomática devido ao potencial técnico apresentado pelo time de Rogério Ceni.

Com uma semana inteira livre antes da partida, o Tricolor não se incomodou no placar adverso. Deixou o Furacão livre com a posse e pareceu desligado. É evidente, o coletivo pode não funcionar, mas a falta de vibração preocupa: as más atuações se acumulam, lembre de Sport e Ceará.

Assim, é notória a repetição do roteiro. Seja com velocistas, meias ou centroavante, a equipe tem dificuldades para furar as linhas adversárias, parece até previsível. Faz-se necessária uma reflexão inclusive sobre os ditos titulares junto ao plantel tricolor - as vezes é preciso mexer.

Falhas defensivas

O primeiro tempo foi encerrado aos 48. No tempo corrido, o Fortaleza somou uma única chance de gol - chute de Wellington Paulista. O gol de Vitinho ocorreu aos 21, o de Leo Cittadini aos 46. Ambos, com grandes falhas defensivas. Dentro da área, a marcação inexistiu. E na bola cruzada, mesmo que rasteira, o temor aumenta.

A análise defensiva deve ser, no entanto, voltada também aos volantes. O ato de marcar necessita do coletivo e, em baixa rotação, um atleta mal interfere diretamente em toda a barreira defensiva - Juninho e Quintero entraram nessa cota, com o zagueiro sendo até expulso.

Apatia coletiva 

Antes de iniciar, não havia roteiro prévio de superioridade do Fortaleza. O Athletico/PR tem valor, é um time bem postado, com Nikão e Léo Cittadini ditando o ritmo, além de laterais agudos, principalmente Jonathan na direita.

Os citados, de fato, influenciaram. No entanto, sem demérito, o diferencial foi a apatia coletiva instaurada no Leão. Sem vencer uma jogada aérea, a arma escolhida para agredir foi o cruzamento - estratégia inofensiva.

O fôlego renovado de Tiago Orobó, Yuri César e Marlon se resume à transpiração. Nenhum ensaio sequer esboçado, um time anulado. Mesmos os ágeis - David, Romarinho e Osvaldo - distantes de boa exibição.

A reflexão fica: Ceni sempre cobra reposição no elenco, é algo necessário pela maratona de jogos instaurada pelo calendário do futebol brasileiro, todavia, não explica a baixa atuação dos que já estavam em campo desde o início.

O Fortaleza foi dominado, precisa corrigir as falhas com urgência e tem pela frente: São Paulo (13/8); Botafogo (16/8) e Goiás (19/8). O Brasileirão começou.