Copa do Nordeste é a grande derrotada no novo calendário do futebol brasileiro
O novo modelo da CBF tira o prestígio e pune os principais times da região
A Copa do Nordeste foi a grande derrotada no novo calendário do futebol brasileiro. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou mudanças em todas as competições a partir de 2026, com nova disposição de jogos, um passo crucial para a organização do esporte no país, no entanto, o torneio mais impactado foi o Nordestão, que perdeu espaço na agenda e prestígio regional.
Tudo por conta de uma regra: quem avançar para torneios da Conmebol (Copa Sul-Americana ou Libertadores) estará fora da Copa do Nordeste. Logo, pune os principais times da região, que se alternavam como os principais campeões, e torna a presença quase como um prêmio de consolação.
Em 2024, por exemplo, o atual campeão Bahia não poderá disputar o torneio pela vaga na pré-Libertadores, assim como Fortaleza (Liberta) e Vitória-BA (Sula) - todos foram ao mata-mata. Logo, com exceção desse trio, na Série A, apenas Ceará e Sport teriam a chance de participação.
No rol dos campeões nordestinos, por exemplo, o ranking tem: Bahia (5), Vitória-BA (4), Sport (3), Ceará (3), Fortaleza (3), Campinense (1), Santa Cruz (1), América-RN (1) e Sampaio Corrêa-MA (1).
A alteração tem grande impacto técnico e afeta diretamente uma região que sempre é discriminada e luta por espaço - em uma eterna luta por afirmação e resistência. Em paralelo, a CBF resgatou outros torneios e criou também a Copa Sul-Sudeste, Copa Norte e Copa Centro-Oeste no próximo ano.
Foco nos torneios nacionais
Em uma revolução no calendário do futebol brasileiro, a CBF mudou todas as competições de 2026, seja em datas ou formatos. E ficou nítida a estratégia: espaçar os jogos e dar ênfase no Campeonato Brasileiro, seja nas Séries A, B, C ou D. O grande atrativo do país se torna os eventos nacionais.
Deste modo, os Estaduais foram reduzidos, e os regionais perderam relevância. No fim, tudo é uma escolha. É fato: seria impossível mudar sem que houvesse um maior corte em alguma competição.
As alterações vão exigir uma adaptação de todos, do clube ao torcedor. E o Brasileirão será o grande guia da agenda, caminhando de janeiro até dezembro. No geral, a ideia era relevante e importante, com possibilidade de maior diversidade de clubes figurando como protagonistas. O contraponto em si são nas microrrelações de grandeza, com menores chance de título para uma parte das equipes.
É o caminho certo? É calendário excludente? Tinha espaço para mais? Acho que 2026 chega com mais questões que respostas, mas é inegável que Samir Saud, presidente da CBF, teve coragem.