Uma equipe tem vida própria e é como um organismo vivo! Ela é formada por uma multiplicidade de células.
Após uma derrota na semana passada, me senti dilacerado. Naturalmente é difícil digerir e aceitar derrotas e falhas. Mas reconhecer e analisar os erros é um exercício constante e saudável. Na última derrota que sofri me senti como se tivesse sido atropelado por um caminhão, quando o time mais uma vez atuou mal e jogou muito abaixo do potencial que tem.
Sozinho num quarto de hotel na cidade do time que nos venceu na noite anterior, Caxias do Sul, surgiu uma luz. E ao analisar com um olhar crítico o trabalho e a composição refleti sobre como acertar no tom.
Já na cidade seguinte, a belíssima Santa Cruz do Sul, caminhei pelas ruas e foi como uma terapia que me ajudou a compreender onde errei e como eu podia melhorar. Trouxe uma tranquilidade e desopilou a dor e a angústia que pulsavam no meu peito. Me desfiz de sentimentos de culpa e do martírio que senti depois de uma derrota.
No treino da véspera do próximo jogo, num sábado, identifiquei os pontos negativos, desfiz alguns nós que estavam amarrando o caminho, ajustei as peças do jogo e fiz uma nova composição, mais jovem, fresca e suave para o jogo contra o Corinthians de Santa Cruz do Sul. E assim foi a preparação e os ajustes necessários baseados nas falhas do último jogo.
Naquele último domingo, com a mudança de atitude, de composição/formação e de movimentação o time ficou mais leve e o jogo fluiu com a juventude e com o frescor da liberdade de mentes novas. O time jogou muito bem e assim a vitória veio através de um belo desempenho depois dos nossos ajustes no treino da véspera.
Como num corpo humano é preciso estar composto por células saudáveis para que cada órgão funcione em sintonia e harmonia. Nada como um dia após o outro, um treino mental e físico no meio e um jogo depois de outro.
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.