Após quatro anos do acidente que deixou três mortos e dois feridos, João Victor Ribeiro, 29 anos, foi julgado em júri popular nessa quinta-feira (17), no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife. O motorista do caso Tamarineira foi condenado a 29 anos, 4 meses e 24 dias de prisão em regime fechado.
O veredicto foi lido pela juíza Fernanda Moura de Carvalho, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, que decretou prisão por triplo homicídio doloso duplamente qualificado e dupla tentativa de homicídio.
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Além disso, a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de João Victor Ribeiro de Oliveira foi cancelada. No entanto, a defesa ainda poderá recorrer da decisão em segunda instância.
Sobrevivente do acidente, Miguel da Motta Silveira Filho se emocionou com o resultado da sentença. Para ele, a decisão representa uma "vitória do bem contra o mal". Miguel e a filha, Marcela Arruda da Mota Silveira, foram os únicos da família a sobreviver ao acidente.
"É a vitória do amor, de Marcelinha. Ela não entende isso, mas ela vai receber um pai feliz em casa. Pelo menos isso. Já não bastava o sofrimento dela. Mas a justiça e a sociedade me honrou".
O julgamento teve início na última terça-feira (15). De acordo com o g1, foram ouvidos nove depoimentos. Interrogado no tribunal do júri popular, na quinta, João Victor admitiu ser o motorista e acrescentou: "matei ninguém, foi acidente".
"Sei que ninguém nunca ficará confortável com isso, mas eu não matei ninguém, foi acidente, admito ser o motorista, não tenho motivo nenhum para mentir, estou na cadeia há cinco anos e precisei treinar a mente para estar aqui e falar sem me emocionar", declarou.
João Victor chegou a se jogar no chão aos prantos e foi amparado pela equipe de segurança do tribunal no início do julgamento. A juíza Fernanda Moura de Carvalho interrompeu a sessão por dez minutos para ele ser atendido.
O caso ocorreu ainda em novembro de 2017, quando o estudante João Victor, na época com 25 anos, colidiu com um veículo ao dirigir sob efeito de álcool no bairro Tamarineira, da Zona Norte do Recife.
O acidente resultou na morte de Maria Emília Guimarães da Mota Silveira e do pequeno, Miguel Arruda da Mota Silveira Neto, além da babá das crianças, Roseane Maria de Brito Souza.
Também estavam no carro o patriarca da família, Miguel e a filha, Marcela. Os dois sobreviveram, com ferimentos, e Marcela ficou com sequelas em decorrência do acidente.
João Victor respondia pelos crimes de homicídio doloso, com intenção de matar, e tentativa de homicídio, ambos qualificados por perigo de vida e recurso que impossibilitou defesa das vítimas. Desde o dia do acidente, o réu estava preso.