O padre Airton Freire, da Fundação Terra, foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (14), em Arcoverde, no interior de Pernambuco, suspeito de participar de estupro. O crime teria sido cometido em agosto de 2022. De acordo com o g1, o padre já havia sido suspenso de atividades religiosas desde maio.
O caso corre em segredo de Justiça e é investigado pelo Ministério Público de Pernambuco e pela Polícia Civil, que receberam a denúncia ao fim do ano passado. O pároco, porém, nega as acusações.
Em nota enviada ao g1, os advogados do padre afirmam que "surpreendeu a defesa a decisão de decretar a prisão preventiva do sacerdote" e que "o feito é totalmente contrário às condições previstas em lei e será tratado em habeas corpus a ser impetrado pela defesa". "Importante lembrar que o padre, um homem de 67 anos, sofre sérias restrições de saúde", completaram.
A defesa alegou ainda que, depois do afastamento das funções eclesiásticas e da presidência da Fundação Terra, o pároco "ficou isolado em sua residência" para não interferir nas investigações e "agiu de boa fé ao concordar em se apresentar espontaneamente à Justiça após a decretação da prisão".
O que diz a denúncia?
A Polícia Civil de Pernambuco informou que a personal stylist Silvia Tavares de Souza acusou o sacerdote de mandar o motorista dele, identificado como Jailson Leonardo da Silva, 46, de estuprá-la.
Como aconteceu o crime?
Segundo a vítima, ela e padre Airton eram tão próximos que ela o chamava de "padinho" e ele a chamava de "minha princesa". Ela frequentava retiros espirituais organizados pelo pároco desde 2019, em uma fazenda em Arcoverde.
Os dois teriam se conhecido quando Silvia buscou ajuda para tratar uma depressão. E, num desses retiros espirituais, ela contou que foi chamada para ir a uma "casinha" isolada, onde ficavam os aposentos do padre, por volta de 6h30.
Silvia teria sido levada pelo motorista Jailson para o local, onde teria encontrado o padre deitado de bruços, coberto com um lençol de seda. O religioso, então, teria pedido uma massagem, e, mesmo achando o pedido estranho, ela o teria atendido. Mas, pouco depois, teria se assustado ao perceber que, debaixo do lençol, o pároco estava sem cueca.
Em seguida, Jailson, o motorista, teria se aproximado da mulher com uma faca e a ameaçado. Enquanto isso, o padre, se masturbando, teria ordenado que o funcionário estuprasse Silvia. Além disso, com o próprio celular, ele teria batido fotos da mulher e de Jailson nus, juntos, e teria acariciado os órgãos genitais do motorista.