Estudante cearense cria arte com a hashtag #EleNão e viraliza
Militão de Queiroz é de Limoeiro do Norte e diz ter se assustado com a repercussão
Depois que a página de Facebook "Mulheres Unidas Contra Bolsonaro" foi hackeada no sábado (15) e restaurada na tarde do domingo (16), a hashtag #EleNão viralizou entre opositores do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).
Utilizada em frases explicando motivos para não votar no candidato, a hashtag se preocupou em não mencionar o nome de Bolsonaro, utilizando só a palavra "ele" e juntou eleitores de vários partidos e vertentes políticas.
O cantor e compositor Caetano Veloso, que declarou apoio ao pedetista Ciro Gomes, foi um dos que aderiram ao movimento. Na última segunda-feira (17), ele escreveu ele: "#EleNao #CoisoNão".
"#EleNao não tem a ver com política (só). Tem a ver com moral. Com a liberdade e a dignidade de 'ser' e de pensar, que eu espero que a minha filha tenha. E os filhos de todos vocês tenham também", escreveu no Twitter a atriz Deborah Secco, que não costuma comentar suas preferências políticas.
Junto à viralização da hashtag, surgiram inúmeras artes com a expressão #EleNão. Grupos de designers e artistas visuais espalharam pela internet imagens variadas com a hashtag. Uma das mais famosas foi a criada por Militão de Queiroz Filho, 32, estudante de Letras de Limoeiro do Norte, interior do Ceará.
Em entrevista à consultoria de cultura urbana Rolê, o artista afirmou que pretendia ajudar o movimento e levou um susto com a repercussão. "Fiquei estático olhando pra tela do celular", disse.
Ele tem uma loja de camisetas online, onde a arte #EleNão já está sendo vendida em diversos produtos.
Confira entrevista com o estudante concedida à consultoria de cultura urbana Rolê:
Como e por quê vc criou a arte Ele Não?
Eu tinha acabado de entrar no grupo “LGBTS contra [o candidato em questão]”, quando uma pessoa postou sobre o grupo das mulheres contra esse senhor. Elas iriam postar em todas as redes sociais a tag #elenão. Um membro do grupo pediu para que fizéssemos parte do movimento, e que a gente abusasse da criatividade. Tive essa ideia na hora, de fazer a tag “ele não” com essa cauda colorida na palavra “NÃO”, como uma resposta nossa, LGBTs.