Legislativo Judiciário Executivo

TSE confirma inelegibilidade de ex-deputado Delegado Cavalcante por abuso de poder político

Ex-parlamentar bolsonarista disse, na campanha de 2022, que resolveria "na bala" o resultado da eleição, caso o então presidente Jair Bolsonaro (PL) não saísse vitorioso do pleito

Escrito por Alessandra Castro , alessandra.castro@svm.com.br
Delegado Cavalcante
Legenda: Durante a campanha, ele teria sugerido fraude nas urnas e incitado à violência
Foto: Júnior Pio/Alece

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou, nesta quinta-feira (14), a inelegibilidade por 8 anos do ex-deputado estadual Delegado Cavalcante (PL) por abuso de poder político, de autoridade e de comunicação nas eleições de 2022. A Corte também cassou o diploma de suplente de deputado federal. Com o resultado, ele não poderá disputar, pelo menos, os próximos três pleitos (2024, 2026 e 2028).

Na campanha eleitoral de 2022, o ex-parlamentar disse, em palanque montado em praça pública, que resolveria "na bala" o resultado da eleição, caso o então presidente Jair Bolsonaro (PL) não saísse vitorioso do pleito. A fala ainda foi amplamente compartilhada em redes sociais.

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"Se a gente não ganhar nas urnas, se eles roubarem nas urnas, vamos ganhar na bala!”, declarou o ex-deputado estadual, em comício realizado no dia 7 de setembro de 2022. 

Presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes ressaltou que o discurso "criminoso" e "golpista" era exatamente o utilizado para incitar a tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.

"Essas pessoas se escondem, ou tentam se esconder depois, na imunidade parlamentar, enquanto aqueles que foram instigados por eles estão com penas de 12 a 17 anos. Aqui, como bem salientou o ministro vistor, estão presentes todos os elementos do golpe. Ele instigou a desobediência contra a Justiça Eleitoral", afirmou.

A confirmação da cassação ocorreu por maioria dos votos, com um placar de seis contra um. Apenas o relator do recurso, ministro Raul Araújo, votou para reforma o acórdão do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), que me março de 2023 cassou e deixou o ex-deputado inelegível.

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