Trio acusado de colocar bomba perto do aeroporto de Brasília na véspera do Natal vira réu na Justiça
O artefato explosivo foi montado nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília
A Justiça tornou réu três homens acusados de planejar e tentar executar a explosão de um artefato em Brasília. Foi aceita a denúncia contra Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza. Dos três, apenas Washington está preso.
Eles devem responder pelo crime de explosão, quando se expõe “a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos”.
A decisão foi proferida pelo juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal do Distrito Federal no último dia 10 de janeiro, mas só se tornou pública após o magistrado levantar o sigilo do processo na sexta-feira (13). Se condenados, a pena é de três a seis anos de prisão e multa.
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O crime foi descoberto no dia 24 de dezembro de 2022, véspera do Natal. O material foi colocado em um caminhão, com querosene e nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília. À época, a Polícia Militar foi acionada após o motorista do caminhão perceber o objeto estranho no veículo.
O QUE DIZ A ACUSAÇÃO
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) afirma que Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Welligton Macedo de Souza montaram o artefato e entregaram o material para que fosse colocado no caminhão de combustível por Wellington Macedo.
Washington de Oliveira teria confessado a participação no crime e disse que gastou R$ 170 mil com armas para um possível atentado. Ele quem apontou a participação de Alan Diego dos Santos, como parceiro na ação.
Alan Diego permanece foragido
Investigadores concluíram no inquérito que a ideia inicial dos criminosos era de que o explosivo fosse colocado próximo a um poste, para prejudicar a distribuição de energia elétrica na capital. De última hora, a decisão mudou e o objeto foi colocado no caminhão de combustível, carregado de querosene de aviação.
“O objetivo dos denunciados era cometer infrações penais que pudessem causar comoção social a fim de que houvesse intervenção militar e decretação de Estado de Sítio”, conforme a denúncia.
O Ministério Público considera a necessidade de aumentar a pena, no caso de condenação, em 1/3, já que o crime foi cometido tendo como alvo depósito de combustível.
Já as acusações de atos de terrorismo devem ser encaminhadas para a Justiça Federal, instância competente para analisar se há crimes contra o Estado Democrático de Direito.
FORAGIDOS
O blogueiro bolsonarista cearense Wellington Macedo é considerado foragido desde a deflagração da Operação Nero, que apura os ataques cometidos contra a sede da Polícia Federal em 12 de novembro do ano passado. Ele é flagrado por câmeras filmando os atos terroristas.
Em setembro de 2021, ele já havia sido preso suspeito de ser um dos incentivadores da realização de atos antidemocráticos do 7 de Setembro. Ele foi posto em prisão domiciliar com monitoramento com tornozeleira eletrônica.
A descoberta da participação de Wellington no plano foi possível graças a localização da tornozeleira eletrônica que ele usava no dia do fato o colocar junto com Alan na cena do crime, segundo as investigações.
Por meio de câmeras de segurança de uma loja e próprio caminhão onde a bomba foi plantada, é possível ver o instante que o carro de Wellington Macedo se aproxima do veículo. Alan desce e coloca a bomba, de acordo com a Polícia.
Macedo gravou um vídeo no fim do ano pedindo dinheiro aos seguidores para continuar a se esconder da Polícia e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Ele e Alan estão foragidos.