Pequenos negócios

Maiores empregadores do Brasil, os micros e pequenos empreendedores tiveram a capacidade de produzir e arrecadar mesmo com a economia severamente afetada pela pandemia da Covid-19. Com condições menores de investimento e sustentação do negócio em um período difícil para a economia em geral, eles necessitam de atenção e de medidas de fôlego, por parte do Poder Público, para que seja possível a reversão do cenário negativo de fechamentos e demissões.

A queda dos pequenos negócios representa um impacto direto nos índices de desemprego, afetando também a capacidade de compra da população e reduzindo o consumo interno. Cenários que acabam por gerar um ciclo negativo de retração da atividade econômica e elevam os efeitos sociais da crise.

Um exemplo de ação que pode auxiliar nessa tentativa de soerguimento desta parcela relevante de empregadores é o Programa Emergencial de Acesso ao Crédito na modalidade de garantia de recebíveis (Peac-Maquininhas), lançado pelo Governo Federal. A medida facilita o acesso ao crédito durante a pandemia da Covid-19 para pequenos negócios, que faturam até R$ 4,8 milhões por ano.

Uma solução criativa para conseguir “socorrer” o pequeno empreendedor e também não afetar as finanças públicas, tendo em vista que as condições de empréstimo são condicionadas ao histórico de vendas da empresa registrado nas maquininhas. 

Isto garante maior confiabilidade à operação, de forma que se tem um cenário mais real das necessidades de quem receberá o recurso, também elevando a possibilidade de pagamento da dívida no futuro.

O Peac-Maquininhas oferecerá R$ 10 bilhões de recursos da União, liberados em duas parcelas de R$ 5 bilhões. Por meio do programa, o MEI, micro e pequeno empresário podem pegar empréstimos, fornecendo como garantia os recursos a receber originados nas máquinas de cartão de crédito e de débito.

O valor do crédito está limitado ao dobro da média mensal das vendas de bens e prestações de serviços recebidos pelas maquininhas de cartão, até o valor máximo de R$ 50 mil.
Além do auxílio financeiro, os empreendedores também precisam de um maior apoio de capacitação. Em um momento de superação como este, surge a necessidade de os pequenos negócios ampliarem as possibilidades de vendas, a partir da exploração de novos mercados, domínio de canais tecnológicos antes não explorados e melhores estratégias de comunicação e propaganda.

Dentro de um cenário de crise, a reinvenção do pequeno negócio pode se transformar em ambiente de crescimento econômico e social, tendo em vistas as novas possibilidades que surgem a partir do momento de dificuldade e necessidade de soluções para o período de baixa arrecadação.

Um planejamento financeiro pessoal e também empresarial feito de forma regular e auxilia na tentativa de sobrevivência do período crítico provocado pela crise. Há ainda um cenário que se descortinará logo que o problema da pandemia seja dissipado. Uma demanda reprimida que precisará não apenas ser suprida, porém mais bem atendida, de forma que todos, tanto consumidores como empreendedores, saiam ganhando.


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