Na semana passada, de forma discreta, como discreta é e tem sido a atuação da diretoria da Companhia de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP S/A), o Conselho de Administração da empresa aprovou o seu “Master Plan” e, também, o seu “Business Plan”, que, resumidamente, desenham suas novas áreas de negócio no curto, médio e longo prazos. A CIPP é, provavelmente, o empreendimento dos setores cearenses da indústria, da infraestrutura e da logística de transporte com o futuro mais promissor. Além do porto “offshore”, que se localiza equidistante da costa Leste dos Estados Unidos, do Canal do Panamá — o que encurta a viagem para a Ásia — e da Europa, o Complexo do Pecém conta com uma vantagem comparativa: a parceria do seu sócio Porto de Roterdã, cuja expertise foi essencial para o desenho dos novos planos de modernização e ampliação do CIPP.
Os parceiros holandeses — donos de 30% do capital do Complexo do Pecém — celebraram, em março de 2017, um Memorando de Entendimento com o Governo do Ceará, do qual resultou, menos de dois anos depois, a sociedade que hoje junta interesses mútuos de que se beneficiam o Estado e toda a sua área produtiva, da indústria à agricultura, da mineração à tecnologia das energias renováveis. Localizado dentro do mar, a dois quilômetros da praia, com duas pontes de acesso, uma das quais, a mais recente, construída por empresa cearense, o Porto do Pecém integra um complexo que hospeda, também, a única Zona de Processamento para Exportação (ZPE) em operação no País. A geografia da primeira etapa dessa ZPE é inteiramente ocupada pela gigantesca usina siderúrgica da CSP, empresa líder da pauta das exportações do Ceará. A segunda etapa está sendo implantada para receber, ao longo de 2021 e dos próximos anos, indústrias especializadas no beneficiamento de mármores e granitos, produtos que, ainda exportados em estado bruto, agregarão valor nas futuras unidades industriais da ZPE. As rochas ornamentais cearenses são vendidas para alguns dos melhores mercados do mundo, como os Estados Unidos, a Itália, a China e os do Oriente Médio.
Um dos motivos do êxito empresarial do Complexo do Pecém tem sido, exatamente, a interação dos sócios cearense e holandês. Na diretoria executiva da CIPP S/A, os representantes do Governo do Ceará e os do Porto de Roterdã souberam bem repartir suas tarefas, e cada um cuida do que lhe compete. É fruto dessa interação o bom relacionamento com a Petrobras, que voltará a usar o Porto do Pecém para o transbordo de combustíveis exportados, e com todas as empresas envolvidas diretamente no plano de instalação do Parque de Tancagem do complexo. Os mesmos cuidados e a mesma atenção a diretoria da CIPP S/A oferece às empresas exportadoras, incluindo as de frutas, que ganharam mais tomadas para garantir, no cais e no retroporto, energia elétrica aos contêineres frigoríficos. Há, pois, um ajustado trabalho profissional que assegura qualidade ao serviço prestado pela direção do Complexo do Pecém aos seus muitos e diferentes clientes.
Com o “Master Plan” e o “Business Plan” aprovados pelo seu Conselho de Administração, a CIPP está mais apta, agora, ao árduo serviço de atração de novas empresas para o seu complexo industrial.