Sócrates, pai da filosofia ocidental, pensava o seguinte: "Entre os mais felizes, estão os que carecem de menos coisas".
Eu sempre fui socrático e não sabia.
Sinceramente, certas pessoas deveriam ter vergonha de ostentar o absurdo de patrimônio que possuem, quando muitos não têm onde cair vivos.
Internalizei que essa desigualdade é que traz tanta miséria ao Mundo.
Socraticamente, sempre achei, e acho, que o ideal é ter, de preferência, um emprego, pegar, ao final de cada mês, um dinheirinho que pague as contas e os nossos pequenos prazeres.
Quando constituí família, sempre, carreguei na carteira uma listinha de compromissos mensais, cumpridos rigorosamente.
Iniciativa para empreendedorismo nunca fez parte da minha agenda
Ainda aguentei (não sei como) ser dono de uma equipe esportiva de rádio.
A preocupação com a responsabilidade de pagar salários, a pesada carga de impostos, as obrigações sociais, todo final de mês, e o vai e vem da publicidade, me fizeram entender que a empreitada de ser patrão não era negócio para mim.
O bar, que mantive durante um ano, foi uma iniciativa que visou apenas reunir amigos.
Dei um basta nessas iniciativas, em nome de mais sossego na vida.
O pequeno patrimônio material adquirido já distribuí entre os filhos.
Pensei: um lugar para não dormir na chuva, um carro usado para circular e o dinheirinho para a ração é tudo que preciso para viver.
Adicionando-se a isso manter a família por perto.
Mais socrático, impossível.