Já em 1962 o cantor e compositor Raul Sampaio fazia sucesso com a música “Vai-se um amor e vem outro”, sem imaginar que a letra serviria como tema para justificar as idas e vindas de treinadores no futebol brasileiro. Pelo menos nesse comentário.
Vai-se um amor e vem outro. Na vida de toda gente. Ai que nesta minha vida Como tudo é diferente.
Na vida de treinador é diferente mesmo e mais rápido o desenlace, determinado pelo inferno dos resultados.
Quem acha que e a vida a dois é um mar de tranqüilidade não pode ser desse planeta ou não acompanha o futebol.
Interessante notar que, antes de se apurar quem tem razão, há um desprezo total pelas milionárias multas rescisórias, como na separação dos ricos: “dinheiro é bom para pagar o nosso “divertimento”.
Treinador dispensado recebendo um polpudo ordenado é para os gastadores compulsivos (com o dinheiro do clube) uma coisa normalíssima.
E tem mais: como as coisas se movem com a velocidade dos mísseis, as duas partes - treinador e clube - estão agindo na base do “elas por elas”: não tem vaga para os remorsos e tudo está no contrato. Daqui a pouco, até um fundo musical para a hora da partida.
Velhos tempos de Fleitas Solich e Flávio Costa com o Flamengo, Zezé Moreira com o Fluminense, Lula com o Santos e tantos outros treinadores que mantinham fortes laços de afetividade com os clubes.
As novas gerações estão acabando com o lirismo e tornando o futebol menos poético para o nosso desespero inútil.