Para você leitor que busca impaciente a distração mais fácil, o prazer imediato e garantido: a crônica está morrendo.
Dá sinais de que vai sumindo pela incapacidade de seduzir algoritmos, diante de assuntos mais urgentes, de matérias que dão “cliques”. Se tornando irrelevante entre palavras que o momento julga imprescindíveis.
A crônica, dentro da sua simplicidade, sempre foi literatura, embora muitos lhe negassem essa posição.
Desprovida de ambições e cobiças, a crônica vai nos deixando, sem alardes.
Na sua face cotidiana, definha e nos deixa reféns dos assuntos sérios e dos risos histriônicos.
Nada mais faço nesse espaço do que reproduzir o sentimento do colunista do Uol Julián Fuks, que anuncia o fim silencioso e tímido desse gênero literário.
Segundo ele, a crônica já não sabe existir nesse Mundo alucinado que não alucina. Seu tempo é outro.
Concordo, em parte, com as conclusões a que chegou o Fuks. Afinal, assistimos o triunfo dos idiotas.
Entanto, discordo que a crônica vá desaparecer. Pode ter perdido parte do prestígio que sempre ostentou. Sumir, jamais.
Do meu cantinho, prometo que não vou entregar os pontos.
Não chorem, ainda não, pois tenho impressão de que mais uma crônica vai sair.
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