Sobre os esquemas táticos

Foto: Divulgação/Prime Video

Há quem torça o nariz para os esquemas táticos, por achar que, no final das contas, quem resolve é o talento do jogador.

Não entendemos assim, embora enxerguemos a existência de uma boa dose de exagero na participação de quem arquiteta: os treinadores.

Sem as sistematizações de jogo, o futebol seria uma monumental pelada a céu aberto ou como uma praga de gafanhotos, com todos procurando devorar a bola de uma vez.

Também, é verdade que, sem o bom jogador, sistema nenhum funciona.

Os modelos táticos 4-2-4 (ganhou novo fôlego com as variações) 4-3-3, 3-5-2 e 4-4-2, são, geralmente, pontos de partida adotados pelos técnicos.

O 4-2-4 ganhou uma roupagem mais consistente, quando o time está com a bola. Sem abrir mão da marcação, no momento em que a redonda é perdida.

Os dois jogadores das extremas e mais um, do meio, recuam para marcar.

O 3-5-2 é o mais vulnerável deles, porque se percebermos, um gol, tomado cedo, se encarrega logo de modificá-lo, com a saída de um, da linha de 5, para reforçar a última linha de três defensores.

Já o 4-3-3 (não confundir com a proposta antiga de dois pontas fixos), permite variações ofensivas e defensivas de fácil entendimento.

Os que se movem para atacar têm obrigações defensivas na perda da bola, ao contrário do antigo 4-3-3, uma idéia fixa do saudoso treinador cearense César Morais.

Já o 4-4-2, é o mote preferido para iniciar a “cantoria”, por ser mais seguro e suscetível às variações. Não abre mão de dois jogadores pelas beiradas (que, também, recuam para marcar) e dois (pode ser até mais), no mínimo, atacando pelo meio.

O 4-4-2, na minha visão, fica a um pequeno pulo para o 4-2-4 de Rogério Ceni.

Esse é o olhar, talvez reduzido, do comentarista sobre a organização esquemática dos times de futebol.

Mas, como sempre defendi, o que se faz, hoje em dia, nada mais é do que a rebobinação de ideias táticas que ganham verniz de modernidade.

Não vemos nada de errado nisso.

E, na pura dependência dos jogadores, com suas características diversas, os treinadores constroem  “esquemas híbridos”, apoiados no que já foi inventado.

Agora, no futebol, é muito difícil evitar as explicações empoladas e as complicadas declarações, antes e depois da bola rolar, com o fito de impressionar.



Assuntos Relacionados