Sobre nostalgia, melancolia e saudosismo

Legenda: Estátua de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, a “Capital da Fé”
Foto: Kid Jr

Me apoio em minhas repetições para escrever, pois, sem esse gancho, ficaria em palpos de aranha para iniciar um assunto.

São confissões no tempo das viroses. Afinal de contas, a vida é uma viagem de observações pelos sentimentos.

Melancólico sou, às vezes, e me tranquilizo ao saber que esse estado da alma é uma manifestação artística e poética, uma elevação do espírito.

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Não é depressão que, ao contrário, é uma doença carente de cuidados médicos.

Logo depois, me encarrego de dissipar dúvidas sobre saudosismo e nostalgia, sentimentos bastante comuns em momentos de reclusão e recomeços.

O saudosista quer viver, de novo, a vida que já viveu.

A vida, como se sabe, é linear com alguns pontos mortos e, se fosse para fazer um filme, seria possível colocar na narrativa o que mais nos interessasse.

Já a nostalgia é diferente e nos permite contemplar apenas o que existe de belo em nossas mentes.

E é isso que tenho procurado exercitar, quando sou remetido ao Cariri de minha infância, adolescência e vida adulta, onde fiz a minha estréia em 1957, aos nove anos de idade.

Museu do Crato
Legenda: Museu do Crato
Foto: Antonio Rodrigues

Crato, a “Princesa do Cariri, e Juazeiro do Norte, a “Capital da Fé”, como roteiros longos e nostálgicos de uma narrativa feita mais com o coração do que com a memória.

Cidades que nos abraçaram e que marcaram a nossa existência embalada de doçura e amizade.

Como cantou o mestre Luiz Gonzaga “de Juazeiro a Crato e, de Crato a Juazeiro, é romeiro só”.

Por que estou escrevendo isso?

Nostalgia de uma época em nossa vida em que, com o passar do tempo, internalizamos ser bem melhor que hoje.

Simples, assim.

Sejamos nostálgicos.



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