Reclusão

Confira a coluna deste sábado (13) do comentarista Wilton Bezerra

Legenda: Tenho repetido em crônicas e aforismos que a fome que sentimos é de convívio.
Foto: reprodução

Interessante. Quando abordo certos assuntos, sinto que estou plagiando alguém ou sendo repetitivo.

É o que antecipa o título desta croniqueta.

O que não tem faltado é gente se trancando na vida, isolando-se como um Robinson Crusoé.

E não pensem que é só gente idosa. Tem uma meninada cujo alimento é uma tela de computador e a convivência eletrônica. 

Você estará ferrado se ficar recluso. As altas doses de solidão são viciantes.

E ainda não encontraram uma vacina eficaz para evitar o voluntário isolamento.

Mesmo que possa oferecer algo parecido com conforto, na reclusão não acontece nada.

Isso pode se chamar de cárcere de medos. Fobia social, um distúrbio.

Tenho repetido em crônicas e aforismos que a fome que sentimos é de convívio.

Precisamos do cheiro e do calor do outro.

Mais importante do que não saber aonde ir, é procurar um caminho.

A amizade, um santo remédio, não pode ser regida por um mero botão eletrônico.

A ausência é, depois da morte, a razão do sumiço do amor.

"Precisamos uns dos outros porque somos humanos". Fernanda Montenegro.



Assuntos Relacionados