Do posto de observação de minha "bolha", percebo que muitas coisas não estão batendo bem.
Verifico, por exemplo, que o individualismo reinante nos faz desaprender a viver com o outro.
Têm pessoas com náusea da humanidade. Fazem da indiferença uma disciplina. As pessoas moram perto umas das outras e não se veem.
Os velhos valores morrem à míngua, o tempo todo.
Se deixam consumir por saudades que se perderam no túnel do tempo.
Não há a compreensão de que, emocionante ou angustiante, a vida é o que se pode extrair dela.
Cada vez mais, de forma nítida, a hipocrisia continua sendo um dos mais sólidos pilares da vida social.
Observa-se, com tristeza, que as cidades estão muito doentes: em cada esquina, abre-se uma drogaria.
Ao mesmo tempo, se fecham livrarias, ignorando-se que o livro tem poderes curativos. Cura do fígado à alma.
Enfim, direto do periscópio da minha "bolha", encaramos a impotência de não modelarmos nada. Nos adaptamos às circunstâncias, como elas se apresentam.
Compreendem?
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