Por que os jogadores de futebol se enfeitam?

O jogo que torna a nossa vida divertida, comporta, cada vez mais, os modismos no visual dos atletas.

Lembrar que o grande João Saldanha, cronista e treinador da seleção brasileira, não admitia o estilo Black Power para suas “feras”, pois, segundo ele, a bola era amortecida pelo excesso de pelo na cabeça.

Lá pelos anos 1970, os cabelos e a barba longa de Afonsinho, do Botafogo, eram símbolo da rebeldia contra a escravidão do passe preso.

Mas, hoje, a boleirada avançou no visual com a mania de se pintar, representada pelas tatuagens, hábito que remonta (pelo que sei) aos aborígenes e, também, apreciado pelos marujos.

Tatuar o corpo significaria um sinal de empoderamento, prova de superioridade e realização profissional, para os jogadores e, no caso do Sampaoli, até dos treinadores?

Não, achamos que não. É aquela de seguir o que está “pegando bem” e reforçar a sentença, segundo a qual, viver é ser notado e ponto final.

No momento, estão em alta os penteados radicais, que mais parecem peças artesanais dos profissionais da tesoura, indo dos moicanos ao velho “cocó”, usado pelas mulheres.

Sim, um outro lance atual é dar uma subida no calção para mostrar as pernas musculosas com orgulho, modinha lançada por Cristiano Ronaldo.

Acrescente-se também a variedade de estilos e cores das chuteiras, acompanhando a repaginação das camisas.

Os mais conservadores, sem paciência para observar mais atentamente esses modismos, acham que tudo não passa de frescura.

Vejam vocês, houve um tempo mais conservador, em que tinha gente implicando até com o fato do jogador usar bigode, principalmente o centroavante.

Que me lembre, Valdir "Bigode" (o nome já sugere o "adereço"), que defendia o Vasco da Gama, foi último atacante a cultivar uma porção de pêlo abaixo do nariz.

No caso, mais zoação da moçada do que uma posição contrária ao uso.

Os jogadores, utilizando um termo usual, querem “causar”.

Só diria que a condição humana é frágil e o homem sente a necessidade de se agarrar a signos, sinais e enfeites, para seguir em frente.

O folclórico e saudoso treinador juazeirense Praxedes Ferreira, sobre o assunto, certamente diria para o jogador: “Se pinte, mas jogue”.



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