Os lugares no sonho

Confira a coluna deste sábado (5) do comentarista Wilton Bezerra

Montagem com foto de lugares da memória do Wilton
Legenda: Nem preciso dormir e sonhar para sentir a recordação mais forte
Foto: reprodução

"Os lugares são as pessoas". Também, acho.

Mas, nos meus sonhos, os lugares têm assumido o pódio mais do que as pessoas.

Diga-se lugares do Crato, onde passei maior parte de minha infância.

Esse sonhar funciona como uma espécie de "regressão voluntária" aos bons tempos da meninice e adolescência.

Quando revisito a quadra Bicentenário, vem a lembrança de que o lugar já abrigou o Parque Municipal.

A precária quadra de futebol de salão existente se resumia a um espaço de piso de cimento vermelho.

Como não sonhar com as idas à Rádio Educadora para curiar, pelas janelas abertas, o trabalho de locutores e controlistas. Foi lá que comecei a trabalhar em rádio. 

E tinha no itinerário olhar de perto os cartazes de filmes do Cine Educadora. 

No local, hoje, funciona  a Faculdade de Medicina.

Impossível não fazer essa "regressão" aos campos de futebol do Cariri e do Esporte, a Praça Francisco Sá e o Bar Social, de seu Chiquinho, dirigido por Geraldo e Chico Alberto.

O entorno desse bar era o ponto de encontro da meninada.

A Praça Siqueira Campos tem posição destacada nas lembranças a que os sonhos nos remetem.

Nem preciso dormir e sonhar para sentir a recordação mais forte: a Praça da Sé, nas festas da Padroeira.

O parque de diversões Maia, o fundo musical de sua amplificadora, com locutor de voz impostada nos recados musicais inesquecíveis. A felicidade estava no ar.

Finalmente, a estação da RFFSA, com sua bela arquitetura, um lugar habitado.

Esses sonhos me fazem um bem danado. São viagens no tempo. Os lugares continuam intactos nas minhas retinas.



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