O livro

Confira a coluna deste sábado (28) do comentarista Wilton Bezerra

Legenda: Estou elaborando, ao lado do editor Eduardo Freire, o livro “Crônicas e Causos”
Foto: reprodução

A sala de aula sempre me oprimiu.

A pergunta de um professor diante dos colegas me deixava apreensivo.

Nesse tempo (ao contrário de hoje), não gostava de plateia.

Mas, como gostava de ler (conteúdos de pouco valor) e, sobretudo, de ouvir rádio, fui "desarnando", para fazer o que faço hoje.

Ouvir. Eis a palavra mágica,  mais importante do que falar.

O médico e escritor Rubem Alves disse o seguinte: "Anúncio de curso de retórica já ouvi muito. De escutatória, dificilmente."

Todo mundo quer falar. Poucos querem escutar para aprender a falar.

Por falta de educação, o que não falta é quem atrapalhe quem está falando.

Por essa e outras razões, falar besteira virou profissão no Brasil.

Por força da minha função de comentarista esportivo no rádio, sempre me expressei oralmente.

Ocorre que a escrita me fascinou, pela maior elaboração dos assuntos.

"Verba volant, scripta manent"("As palavras voam. Os escritos ficam.")

As minhas primeiras crônicas escritas eram horrorosas. 

Mais pareciam anúncios de cartomantes: nenhuma preocupação com pontos e vírgulas.

Foi uma luta para "colocar no papel" o que o cérebro produzia.

Não cheguei ao ideal, mas posso garantir que aprendi muito.

Depois de toda essa peroração, o que quero dizer mesmo é o seguinte: estou elaborando, ao lado do editor Eduardo Freire, o livro “Crônicas e Causos”.

Quedei- me aos pedidos de amigos e poucos leitores e resolvi colocar em 200 páginas o que ouvi, li e vivenciei.

E devo confessar que, a princípio, pouco receptivo com a ideia de um livro, estou muito satisfeito com a sua feitura.

E diria que essa obra está sendo para mim como um caminhão novo para um motorista.

Aguardem mais um pouco. 

Espalhem em todas ruas e becos que “Crônicas e Causos” está no forno.



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