O bicudo é um besouro que dizimou a cultura do algodão no Nordeste.
O "ouro branco" que representava riqueza em nossa região foi para o brejo, com bezerro e tudo.
Nós vemos a violência e outros aspectos, como uma espécie de bicudo a ameaçar o futebol no Brasil.
Esse jogo, que já foi um jeito nosso de celebrar a vida, está virando sinônimo de violência, desapreço e indelicadeza.
Jogos de disputa áspera, arbitragens desrespeitadas e falta de esmero para tratar das coisas pequenas.
Os campeonatos locais e regionais, o futebol de várzea e de subúrbio perderam muito em aroma.
É como se essa essência tivesse que desaparecer, porque só faz atrapalhar.
O que importa é um futebol com calendário de campeonatos ricos e jogadores milionários, cheios de protocolos.
Tudo isso junto vai detonando o interesse por coisas menores.
Poder, riqueza, visibilidade e globalização são as únicas que devem interessar.
Por que não imaginar que, daqui a pouco, até essas receitas valerão menos?
Será que vale muito mais ignorar os valores simbólicos do esporte e da vida?
Será que tudo somente deve ser levado em conta pela medida da riqueza?
Sou somente perguntas.
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