Quando a gente pensa que viu tudo, não enxergou nem a metade.
As novidades deixam a minha “porção matuto” bastante assustada.
Igual a Tim Maia quando, pela primeira vez, viu João Gilberto tocar o seu violão, com a batida revolucionária: “São acordes demais, meu irmão!”
Leio que, além de suas obrigações de treinamento no clube que lhe paga, o jogador de futebol profissional acrescenta, por conta própria, outra carga de preparação.
Tem academia montada em casa, um estafe formado por nutricionista, psicólogo, preparadores pessoais e, se brincar, até pai de santo.
Serviço de análise tática à domicílio consta, também, do cipoal particular dos profissionais da bola.
Calcula-se, pasmem, até o tempo que o jogador tem que ficar com a bola, quantos metros percorrer, além da saída de bola, perfil corporal e o diabo a quatro.
Mente e corpo levados ao extremo e, de quebra, consultoria para saber qual o clube escolher dentro de suas conveniências.
Não são poucos os que defendem e acham tudo isso muito natural para o alto rendimento.
Na minha opinião, isso se parece mais com linha de produção de um produto qualquer e o jogador se assemelhando a um banco de dados.
Convenço-me, cada vez mais, de que o meu olhar lúdico sobre futebol, mais do que uma ilusão, é inteiramente ultrapassado.